Vida Nova deve abrigar 10 mil habitantes





Cristiano Mota

Secretários, vereador, gerente da Caixa de Tatuí e responsável por projeto detalharam planos de construção de moradias em duas etapas

 

As populações de Jumirim (3.092 moradores) e Alambarí (5.460), juntas, não atingem a soma do número de habitantes projetado para a ocupação do Residencial Vida Nova.

Lançado oficialmente pela Prefeitura e pelo Grupo Pacaembu, na tarde de terça-feira, 10, o empreendimento deve abrigar, aproximadamente, dez mil moradores quando da conclusão das duas etapas. Ele está localizado no bairro Água Branca.

A primeira delas prevê a construção de 1.295 casas que se enquadram no programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal. Na segunda, devem ser construídas mais 1.050 unidades, totalizando 2.345 moradias.

As primeiras casas são destinadas a famílias com renda familiar comprovada a partir de R$ 1.600, conforme explicou o diretor de projetos e planejamento e responsável pelo empreendimento, Alex Sandro de Oliveira Ramos.

O Grupo Pacaembu deu início ao projeto do empreendimento há um ano, por considerar Tatuí “uma cidade com potencial”. “Quem começa o trabalho é o pessoal de novos negócios. Em geral, um residencial é ligado à questão de mercado. Se tem demanda, nós estamos prontos a atendê-la”, argumentou.

“Especializada no MCMV”, a empresa trouxe modelo próprio de moradia popular para o município e que vai atender a pessoas em duas faixas de renda (entre zero e seis salários mínimos, inicialmente, e, depois, entre zero e três salários mínimos).

“Moradia popular é a nossa especialidade, sempre foi. Nó só fazemos casas financiadas, principalmente, com a CEF (Caixa Econômica Federal)”, comentou.

Além das unidades habitacionais, o Residencial Vida Nova conta com lotes comerciais. Eles são destinados a empreendedores que queiram investir em negócios, como padarias, minimercados, entre outros.

Os lotes foram registrados como centro comercial e correspondem a 10% do total do empreendimento. “São mais de cem lotes comerciais espalhados”, disse Ramos.

As 1.295 casas medirão 45,47 metros quadrados de área construída em lotes com 176 metros quadrados. O lote mínimo tem 8 metros de largura por 22 de comprimento. “Alguns, de esquina, são maiores”, comentou o diretor.

Cada unidade terá dois dormitórios, sala, cozinha, banheiro e uma área de serviço com cobertura. A cozinha terá azulejo e os demais ambientes contarão com pisos cerâmicos, incluindo a área de serviço coberta. No total, o residencial mede 565.871,76 metros quadrados, com investimento de R$ 128 milhões.

O lançamento oficial aconteceu no Centro Cultural Municipal, a partir das 16h de terça-feira, com presença de autoridades. Na sexta-feira, 13, a partir das 8h, a empresa deu início ao plantão de vendas. O serviço é oferecido no Centro Cultural e permanece até às 17h desta sexta-feira, 20, para a população.

“Quem tem renda familiar mensal acima de R$ 1.600 pode vir até aqui (o Centro Cultural) e contrair financiamento para adquirir a casa própria”, disse a coordenadora de comunicação e marketing do grupo, Carmem Paz Zuleta Lopez.

O atendimento é feito na área do teatro municipal, com apoio de correspondente bancário da Caixa Econômica Federal. Carmem explicou que o banco é a instituição financeira responsável pelo financiamento de todos os imóveis do empreendimento.

Os valores da entrada, do subsídio (ajuda que o governo federal dá) e das parcelas mensais dependerão da renda. Como em todos os financiamentos via MCMV, também haverá possibilidade de utilização de parte do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Todos os detalhes são apresentados aos candidatos a financiamento.

Quem comparecer ao local terá a chance de fazer uma simulação que prevê o valor da parcela. Os imóveis têm preço de R$ 98,9 mil, financiados em até 360 meses (30 anos).

A construtora disponibiliza o atendimento no Centro Cultural até o dia 20. Depois desse período, manterá plantão de vendas na rua 15 de Novembro, 96.

Todo o processo de financiamento ficará a cargo de correspondente bancário da Caixa (denominado de Caixa Aqui). Além da renda, os agentes avaliarão a documentação dos futuros mutuários e os sistemas de crédito (SPC – Serviço de Proteção ao Crédito, e Serasa).

“Com tudo verificado, a pessoa deve sair com o direcionamento se vai ou não adquirir o imóvel”, disse Carmem. As informações a serem repassadas para a população incluem, ainda, o valor referente à entrada do imóvel.

Em geral, nos financiamentos, a CEF tem como regra o pagamento de 10% do valor do empreendimento. No caso das residências do Nova Vida, a entrada seria de R$ 9.800. Contudo, a gerente comercial Gina Ferreira, afirmou que a entrada não é entrave para as negociações.

Conforme ela, não existe um valor fixado para a entrada. Em função da renda, alguns dos futuros mutuários não precisarão apresentar esse valor para contrair financiamento. “Na maioria dos casos acaba não tendo entrada”, disse.

Apesar do número grande de unidades, a coordenadora de comunicação e marketing do grupo recomendou que os interessados compareçam ao plantão de vendas o mais breve possível. De acordo com ela, os primeiros a obter o financiamento terão prioridade na escolha dos lotes (localização).

“Existem alguns terrenos, de esquina, que são mais privilegiados pela área. Então, quem vier o quanto antes terá a possibilidade de optar pelo espaço”, comentou.

Momento especial

A cerimônia de lançamento do residencial contou com discursos de três autoridades. Além do gerente geral da CEF de Tatuí, Daniel Emerich Portes, usaram o microfone o vereador José Eduardo Morais Perbelini (PRB) e o prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu.

Compuseram a mesa, ainda, o diretor de planejamento e projetos do Grupo Pacaembu e os secretários municipais da Fazenda, Finanças e Planejamento, Lilian Maria Grando de Camargo, e da Indústria, Desenvolvimento Econômico e Social, Márcio Fernandes de Oliveira.

Antecedendo aos pronunciamentos, a construtora apresentou vídeo com informações gerais do residencial, número de empregos diretos e indiretos e o impacto estimado do investimento na economia do município – por conta das obras.

Em pronunciamento, o gerente-geral da CEF destacou que Tatuí vive “um momento bastante especial”. Conforme ele, a parceria entre a Prefeitura, o banco e o Grupo Pacaembu permite viabilizar o recurso do governo federal destinado a uma faixa de renda que necessita de auxílio para adquirir a casa própria.

“É muito importante para o município estar presente num momento como este. Quero parabenizar a iniciativa e a Prefeitura, que a acolheu e pôde concretizá-la”, disse.

Portes estima que, com as 1.295 unidades, mais de 5.000 pessoas sejam atendidas com a moradia popular (contabilizando familiares dos futuros mutuários). “É muito importante proporcionar essa mudança de vida para muitas famílias”, disse.

A expectativa é de que a construção do primeiro lote de casas – com 200 unidades, no mínimo – seja iniciada a partir do mês que vem. O prazo de conclusão é de 14 meses.

Segundo a falar, Perbelini destacou o trabalho da Prefeitura para a vinda do empreendimento. Em nome da Câmara Municipal, ele afirmou que Manu é “o primeiro prefeito a viabilizar um número tão grande de unidades à população”.

Já o prefeito disse que o empreendimento é fruto “do esforço de toda a equipe de planejamento da Prefeitura”. Manu citou a colaboração da construtora e comentou que o residencial deve se transformar “no maior projeto habitacional de toda a história do município” – somando casas da segunda fase.

As moradias oficializadas nesta semana terão as construções iniciadas antes das previstas para o Parque das Flores, entre o bairro Tanquinho e o Jardim Novo Horizonte.

Conforme o prefeito, esse empreendimento está passando por reajustes, por conta de apontamentos feitos pelo Graprohab (Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais) do Estado de São Paulo e demais órgãos.

“Na caminhada do Minha Casa, Minha Vida 2, nós tivemos alguns projetos com entrada na Prefeitura e que, inicialmente, previam mais de mil unidades. Depois, por força dos órgãos que regularizam os loteamentos, nós chegamos a menos – 632 –, mas, nesse intervalo, conhecemos a Pacaembu”, disse.

A construtora conseguiu aprovação do loteamento em menos de um ano, com o registro em cartório. Conforme o prefeito, ela quer entregar as primeiras 200 unidades antes do prazo contratual. “Estamos falando do meio do ano que vem, se tudo correr bem e dentro do cronograma”, concluiu Manu.