Tatuí tem duas premiações e três suplentes como ‘ponto de cultura’

Companhia de Dança STD NC ocupa posição de suplente; outros coletivos e grupos tatuianos entraram na disputa que elegeu novos pontos de cultura de São Paulo (foto: divulgação)

Dois projetos apresentados por instituições que atuam em Tatuí estão entre os premiados pelo Ponto de Cultura 2018. A Secretaria da Cultura de São Paulo, responsável pela seleção estadual, divulgou o resultado final, com pontuação e posição das iniciativas, na véspera de Natal, dia 24 de dezembro de 2018.

Ao todo, sete grupos baseados na cidade disputaram o edital de chamamento aberto pelo governo paulista. O processo teve início no dia 16 de outubro do ano passado, com a publicação do regulamento para premiação de iniciativas.

Os selecionados formarão a “Rede de Pontos de Cultura da Política Nacional de Cultura Viva”. Trata-se de uma iniciativa do Ministério da Cultura, instituída em 2014 e que tem como propósito reconhecer as ações de formação no país.

A rede visa oferecer “assistência e promover intercâmbio entre os responsáveis pela iniciativa, fortalecendo o desenvolvimento da cultura”.

De Tatuí, concorreram a Trupe de Teatro Garagem & Cia., a Cia. de Dança Rit’s, o Coletivo Pé Vermeio, a Companhia de Performance ST DNC, o Lar “Donato Flores”, a Associação Brasil Cultural e a Associação de Amigos do Movimento Popular Práxis. Desses, dois receberão premiação como entidade. Outros três projetos de coletivo ocuparam a suplência da disputa.

No total, o governo premiará 544 iniciativas culturais. Além do reconhecimento como ponto de cultura, elas terão recompensas distintas, com valores em dinheiro e kits. Os 44 coletivos culturais melhores classificados receberão R$ 60 mil.

O mesmo valor será entregue para as cem primeiras entidades. As outras 400 receberão um dos dois kits culturais fornecidos pela Secretaria de Estado da Cultura. Ambos os kits (musical e audiovisual) somam o valor de R$ 12 mil.

Concorrente por Tatuí, a Associação Brasil Cultural inscreveu o projeto “Músicos sem Fronteiras”. A entidade obteve o 143º lugar entre as 500 classificadas e receberá um kit. A outra instituição premiada com kit é o Lar “Donato Flores”, com o “Lar Espaço Feliz”, projeto que ocupou a posição de número 315.

O Pé Vermeio, a Companhia de Performance ST DNC e a Cia. de Dança Rit’s ocupam a suplência dos projetos de coletivos. Eles apresentaram, respectivamente, os projetos “Promoção Social pela Arte”, “Cia. de Dança Rit’s” e “Performance – A Potencialização do Trabalho Social na Comunidade”.

Ainda concorreram por Tatuí, na modalidade coletivo, as iniciativas “Garagem & Cia. como Instrumento de Desenvolvimento e Participação Social através do Teatro”, da trupe de teatro de mesmo nome; e “Stand-Up – Veja pelo Lado Bom”, inscrito pela Associação de Amigos do Movimento Popular Práxis.

Para concorrer, os grupos precisaram comprovar que realizaram atividades relacionadas às ações estruturantes da PNCV (Política Nacional de Cultura Viva). Entre elas, eventos culturais e participação em intercâmbio artístico-culturais.

A disputa envolveu três etapas, sendo a primeira a inscrição, a seguinte, a habilitação, e a última, a seleção de caráter meritório. Participaram do certame entidades jurídicas de direito privado sem fins lucrativos e coletivos sem fins lucrativos, sem constituição jurídica, de natureza ou finalidade cultural, que desenvolvem e articulam atividades culturais em suas comunidades.

No total, o governo paulista repassará R$ 13,4 milhões, somando as premiações por meio de repasse financeiro (R$ 8,6 milhões) e pelos kits (R$ 4,8 milhões).

Os projetos passaram pelo crivo de uma comissão. Vinte profissionais “de notório saber” compuseram o júri. Desses, cinco eram representantes da Secretaria de Cultura do Estado, cinco do Ministério da Cultura (indicados pela Secretaria da Diversidade Cultural) e outros dez, da sociedade civil.

A equipe avaliou as iniciativas com base em três critérios: atendimento às diretrizes da PNCV, impactos artísticos-culturais, econômicos e sociais e abrangência.

No primeiro, os jurados verificaram se os projetos contribuíram para o acesso à produção de bens culturais, promoveram a autoestima e o sentimento de pertencimento à cidadania, dinamizaram os espaços culturais nos territórios de atuação e geraram oportunidades de emprego e renda.

Sobre os impactos, o júri avaliou o desenvolvimento de processos criativos continuados, de ações de formação cultural e fortalecimento das identidades culturais e de comunicação e registro nas comunidades que atuaram. Ainda, se promoveram cultura e a criação de novas tecnologias culturais.

No quesito abrangência, os selecionadores pontuaram ações que atenderam crianças e adolescentes, estudantes da rede pública, idosos, população de baixa renda, pessoas com deficiência, em vulnerabilidade social e grupos comunitários.

A secretaria estadual homologou os vencedores no dia 27 de dezembro de 2018. O chamamento é fruto de convênio entre o estado e a União e versa em certificação.

O programa realizou sete fóruns regionais e contou, ainda, com 52 agentes mobilizadores. Eles percorreram todas as regiões administrativas do estado para atender entidades e coletivos durante todo o processo de inscrição do edital.

Em nota a O Progresso, a direção da STD NC declara que a certificação representa um incentivo ao grupo. A companhia obteve a 22ª posição como suplente, somando 88 pontos de um total de cem. Ela concorreu com outros 290 coletivos.

Segundo Mat Kaytan, responsável pelo grupo, os projetos realizados ajudaram na somatória dos pontos. São eles: o festival anual de dança #Movimenta; o curso intensivo de férias no CEU (Centro de Esportes e Artes Unificados) “Fotógrafo Vitor Hugo da Costa Pires”; o “Teatro em Foco”, em parceria com o Garagem & Cia.; e o intercâmbio com o grupo Cardyo, de Boituva.

A companhia também relata o trabalho junto à comunidade urbana jovem para a produção de quatro espetáculos, por meio de aulas voluntárias para a comunidade.

“Ou seja, o objetivo central da ST DNC é trabalhar para as minorias e proporcionar a inclusão social, por tratar-se de um coletivo LGBT, que produz através das temáticas de cultura urbana jovem e economia solidária, envolvendo a prevenção a violência, preconceito e o feminismo”, iniciou o diretor.

“Com esse certificado, a ST DNC vê incentivo para continuar os projetos para a comunidade através da performance, tendo em mente que o reconhecimento chega para quem possui foco e não desiste, mesmo com as dificuldades”, concluiu.