Tatuí integra circuito de cidades para lançamento de CD musical

Pianista lança álbum em evento que integra Semana Paulo Setúbal (foto: Edu Malta)

O pianista João Leopoldo lançará o álbum “Oi, Tudo Bem?” em apresentação no teatro “Procópio Ferreira” no próximo dia 2 de agosto, uma quarta-feira. O evento integrará a programação da 75ª Semana Paulo Setúbal, comemorativa ao aniversário de Tatuí.

O ex-aluno de piano do Conservatório de Tatuí receberá o trombonista Bocato para o concerto organizado pela Prefeitura e cujo ingresso custa um quilo de alimento.

“Oi, Tudo Bem?” é um trabalho contemplado no ProAC (Programa de Ação Cultural) para gravação e distribuição de álbum musical. O disco traz convidados renomados e inspira-se em ritmos e sons de Luiz Tatit, Itamar Assumpção, Arnaldo Antunes e outros compositores que brincam com as palavras, em um universo que pode tanto ser contemplado por adultos e crianças.

O trabalho, que traz nas letras e arranjos elementos nítidos de filosofia e dramaturgia, foi gravado durante um mês e produzido no estúdio Casa Capello de Edu Capello, com 12 faixas. Bocato, responsável pelo trombone em gravações nos discos de Itamar Assumpção, participa do trabalho do pianista.

“Fiquei muito surpreso com a qualidade musical e poética do trabalho do João. Seu trabalho tem muita influência da vanguarda paulista e do jazz”, afirmou o trombonista, que participa de alguns dos shows da atual turnê, caso de Tatuí.

Leopoldo revela empolgação ao falar sobre o novo trabalho. “Eu estou muito feliz por ter o Bocato no time, ainda mais porque ele gravou com o Itamar, uma das minhas maiores influências musicais”, comentou o artista por meio de nota.

Além de Bocato, o disco conta com a participação do violinista Ricardo Herz e, em uma das faixas, a voz de André Abujamra. “Compositor de mão cheia e grande intérprete, o João é um dos grandes nomes da nova música brasileira. Ele inova, sem esquecer a tradição”, declarou Herz via assessoria de imprensa.

O álbum ainda tem participação de parceiros novos e antigos de Leopoldo, tais como a cantora Selma Fernands, o baixista Rubem Farias e os guitarristas Raul Misturada e Paulo Monarco.

O show no Procópio Ferreira começa às 20h. Os alimentos não perecíveis devem ser trocados por ingressos antecipadamente, a partir desta terça-feira, 25, das 9h às 17h, no MHPS (Museu Histórico “Paulo Setúbal”). O material arrecadado será destinado ao Fusstat (Fundo Social de Solidariedade de Tatuí).

Além de Tatuí, apresentações abertas ao público acontecem em Caraguatatuba (dia 29 de julho), São José dos Campos (dia 10 de agosto) e São Paulo (23 de agosto).


Oi, Tudo Bem?

(foto: Edu Malta)

“Minha música quer te conhecer”. É assim que João apresenta o novo álbum, “Oi, Tudo Bem?”. As 12 faixas do trabalho são “um divisor de águas na carreira do pianista”, já que, pela primeira vez, ele produz um disco inteiramente com banda em estúdio para distribuição, ao contrário dos formatos feitos para internet de outrora ou os shows teatrais que realizou no passado.

Em “Nada Demais”, faixa que abre o trabalho, Leopoldo aborda “o valor da existência do nada”. A segunda faixa, “Maria”, parceria com Menino Josué e Edu Capello, conta a trajetória de um personagem que não concorda com as decisões divinas, seguindo o modelo dos causos cantados.

“Eu não gosto mais de você” brinca com as palavras valorizando o sentimento de desejo sobre a perda do interesse nas coisas. Na faixa seguinte, “Diferente Porém Igual”, o músico aborda a condição de igualdade sobre a visão das diferenças humanas.

“É fácil ser difícil” fala sobre a dificuldade em encontrar respostas para perguntas simples. Em seguida, as faixas “Tá Faltando Assunto” (dificuldade de comunicação no relacionamento) e “Horas a Feel” (canção sobre um olhar devorador).

A primeira metade do trabalho culmina em “Páginas em Branco”, de Edu Capello, sobre assumir os riscos das decisões.

Depois, vêm as faixas: “Antes de Nascer” (sobre moldar a vida antes de ela existir) e “Todos os tempos no agora” (sobre os anseios da alma). Na penúltima faixa, “Ah!!!”, o artista imaginou Caetano Veloso cantando, com a ideia de que tudo pode ser expressado pela primeira letra do alfabeto num afeto tropicalista.

O álbum termina com “A tragédia do som”, uma greve geral dos instrumentos.

Paulistano crescido em Sorocaba, Leopoldo iniciou os estudos musicais no piano, aos 10 anos de idade, e ingressou no Conservatório de Tatuí aos 14 anos. Após fazer a releitura da obra passional do tenor trágico Vicente Celestino, abordando o discurso das perdas afetivas no universo masculino (“Canções Fatais” – 2012, com Cida Moreira); o músico abordou o universo feminino, delicado e sensível de Dolores Duran (show “Dolores in Blues” – 2014).

Lançou o álbum puramente autoral “Novo”, em 2015, em piano e voz, exatamente como se apresentava. Em “Oi, Tudo Bem?”, divisor de águas na carreira, pela primeira vez o artista gravou com banda e em estúdio, canções sobre questionamentos existenciais, afetivos, brincadeiras musicais e poéticas.