Prefeitura anuncia intervenção na Santa Casa

Um dos motivos para a intervenção é o possível fechamento da UTI por falta de pagamento de salários aos médicos

A Santa Casa de Misericórdia de Tatuí está sob intervenção municipal. Na quarta-feira, 31, a prefeita Maria José Vieira de Camargo assinou o decreto que oficializa a situação de emergência no SUS (Sistema Único de Saúde). No mesmo decreto, a prefeita nomeia como interventora, Ana Aparecida de Melo Sá Azevedo Vieira.

A intervenção tem duração de 180 dias, entretanto, pode ser prorrogada por igual período por mais de uma vez. No decreto 17.905, a prefeita aponta uma série de motivos para a decisão, um deles é o fato de o hospital não contar com representação, pois todos os membros da direção estão demissionários. A última a anunciar renúncia ao cargo da Comissão Gestora Provisória foi Fernanda Aparecida Rodrigues Laranjeira.

Outro motivo apontado pela administração municipal é o possível fechamento da UTI (unidade de terapia intensiva). Os médicos do setor estão sem receber os salários há alguns meses e o número de leitos foi reduzido, recentemente, de oito para seis vagas.

O fechamento de 11 leitos da pediatria clínica também é citado no decreto, assim como o anúncio de paralisação dos serviços e fornecimentos de materiais e insumos, comprovados pelas notificações extrajudiciais, encaminhadas para a Santa Casa, com cópia para a Secretaria Municipal de Saúde, por empresas médicas e fornecedoras de oxigênio, pela falta de pagamento. É citado, ainda, a não aplicação correta dos recursos do convênio firmado no início deste ano com a entidade, no valor de R$ 9,7 milhões.

“Os serviços e o atendimento do SUS não podem parar. A crise é grave”, destacou a prefeita, por meio de nota à imprensa. “Diante disso, precisei tomar uma atitude. Neste momento, a Prefeitura quer garantir o pleno funcionamento do hospital. Uma equipe começará a trabalhar já a partir de hoje, fazendo um levantamento das condições do hospital, que permanecerá aberto e atendendo a população. A crise da Santa Casa também reflete no Pronto-Socorro Municipal, que geralmente fica aguardando por semanas vagas para internação de pacientes SUS”, acrescentou Maria José.