Orquestra Sinfônica apresentará início e fim do romantismo na sexta

Obras de Beethoven e Sibelius serão executadas em concerto no teatro

Pianista Domingos Sarto Neto é solista do evento; apresentação marcará conclusão de aperfeiçoamento

A Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí apresentará nesta sexta-feira, 26, as obras “Concerto para Piano Nº 1 em dó maior – Opus 15”, do alemão Ludwig van Beethoven, e “Sinfonia Nº 2 em ré maior – Opus 43”, do finlandês Jean Sibelius. A primeira é dos primórdios do Romantismo e, a segunda, foi composta quando a Europa já se aproximava do fim deste movimento.

“São duas obras de grande envergadura, que podem ser vistas como duas portas, uma de entrada e outra de saída, para a estética musical do século 19”, anunciou o maestro João Maurício Galindo, regente da Orquestra Sinfônica, em nota à imprensa.

O concerto, com solo de piano de Domingos Sarto Neto, acontecerá no teatro “Procópio Ferreira”, com ingressos sendo vendidos a R$ 12 (R$ 6 para crianças, estudantes, idosos, aposentados e professores da rede estadual). Será o concerto de conclusão do curso de aperfeiçoamento do pianista.

A peça de Beethoven (1770 – 1827) tem três movimentos: “Allegro con Brio/Largo/Rondo – Allegro”. Ela data do ano de 1797 e mostra o que estava por vir no século seguinte. “O primeiro movimento, de caráter imponente, e o segundo, introspectivo e solene, já apresentam indícios do Romantismo, que o próprio Beethoven viria a inaugurar em um futuro próximo”, consta em material enviado pela assessoria de comunicação da instituição.

A segunda obra da noite, de Sibelius (1865 – 1957), tem os seguintes movimentos: “Allegretto/Tempo Andante Ma Rubato/Vivacissimo Attacca-Lento-Finale. Allegro Moderato”. O regente classifica a obra como “um verdadeiro monumento de poderosas sonoridades e refinadíssima engenharia musical”.

“Concluída em 1902, seria uma das últimas grandes sinfonias do romantismo musical europeu, que logo seria sucedido pelos ares da modernidade”, completou Galindo.

“Sinfonia Nº 2” é uma das obras de maior envergadura de Sibelius, que começou a compô-la durante uma viagem à Itália. Galindo vê, ao analisar o trabalho, uma influência clara da cultura deste país sobre a composição do finlandês.

“Todas as sinfonias de Sibelius são magníficas e surpreendentes, mas nenhuma delas apresenta o calor emocional desta segunda, que certamente é fruto das emoções vividas pelo compositor naquele que, para muita gente, é o mais belo e caloroso país do mundo”, destacou o maestro por meio da assessoria.

O solista da noite é natural de Araçatuba. Ele iniciou os estudos de piano em 1991, no Instituto Villa-Lobos de Ensino Artístico, de Adamantina, onde se formou em 1996.

Teve como seus mais importantes mestres Luiz Fernando Garcia e Gilberto Tinetti, dos quais recebeu bolsa de estudos integral. Participou de masterclasses com Belkiss Carneiro de Mendonça, Homero de Magalhães, Yara Bernette (Brasil/Alemanha), Maria José Carrasqueira, Luis Senise, Hans-Walter Stucki e Sylvia Schwarzenbach (Escola Superior de Música de Berna – Suíça) e Beatrice Berthold (Alemanha/Chile).

Esteve em diversos eventos, com destaque ao 24o Festival de Música de Londrina, no qual participou ativamente em recitais solo e de câmara e com a orquestra de bolsistas sob regência de Manfredo Schmidt; e duas edições do Encontro Internacional de Pianistas do Conservatório de Tatuí.

É detentor de 20 prêmios em competições de piano de âmbito nacional e sul-americano, dentre os quais as edições do Concurso Nacional de Piano Paulo Giovaninni, em Araçatuba; Concurso Sul Americano de Piano Estância Turística de Barra Bonita; Concurso Nacional de Piano Morada do Sol, em Araraquara; e Concurso Nacional de Música Brasileira “Maestro Spartaco Rossi”, em Tatuí.

Realizou entre 2003 e 2004 a primeira audição e gravações de peças do compositor gaúcho Vitor Peixoto, que lhe dedicou a peça “Toccata Nordeste”.

No Conservatório de Tatuí, vem complementando sua formação voltada à performance através dos cursos de aperfeiçoamento em piano nas modalidades música brasileira, repertório romântico e concertos solistas, sob orientação de Cristiane Blóes, Miriam Braga e Luis Carlos Morales Sanchez, respectivamente.

Também é integrante da equipe de pianistas correpetidores do Conservatório de Tatuí, atuando no setor de sopros/madeiras desde 2015.

Com o Trio Élégiaque, em 2016, venceu o VII Prêmio de Música de Câmara. No mesmo ano, como parte da programação do Concurso Interno de Piano do Conservatório de Tatuí, apresentou a palestra “Chopin – Vida, obra, época e ambiente”.

Apresentou-se em recitais solo nos estados de São Paulo (MuBe, Theatro Municipal, Sala São Luiz, Conservatório Souza Lima), Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul.