Museu recebe exposição sobre joias desenhadas por Veridiana Pettinelli

Veridiana usa peças da coleção (foto: Francis Jonas Limberger)

O Museu Histórico “Paulo Setúbal” sedia, até o dia 19 de fevereiro, a exposição “Mutações”, a primeira da instituição em 2018. Trata-se de materiais sobre joias desenhadas pela designer Veridiana Pettinelli, conhecida em Tatuí também pelo trabalho como arquiteta e paisagista.

A coleção de joias “Mutações” é formada por 18 peças, desenhadas por Veridiana e confeccionadas pelo ourives Gabriel Macedo, primo dela, que mora na Chapada Diamantina, na Bahia.

Veridiana define o trabalho com as joias como “hobby”, paralelo às atividades profissionais. A inspiração para os desenhos está na natureza, mais precisamente no reino vegetal; a motivação, pode-se dizer, é triplamente familiar – a começar pelo primo.

Macedo vem de uma família com tradição na ouriçaria. O avô dele era o ourives pessoal de Juscelino Kubitschek. Joias e mimos dados pelo então presidente, durante as visitas oficiais, passavam pelas mãos de “Seu Macedo”.

Os dois primos haviam se visto pela última vez quando Veridiana tinha oito anos. O reencontro aconteceu após quase 30 anos, em 2013, quando começou a parceria que resultou em “Mutações”.

“Foi uma alegria muito grande, pois eu conheci o nível do trabalho dele e me encantei. Foi aí que surgiu a ideia de fazer um projeto juntos”, comenta a designer.

Na época, Veridiana já estava fazendo estudos com botânica, o que corresponde à segunda influência familiar. O pai e o avô dela foram engenheiros agrônomos. O pai trabalhou com melhoramento genético de sementes, na Estação Experimental de Tatuí.

“É uma área que sempre gostei muito. No colegial, com o professor Fábio Holtz, eu era apaixonada por botânica. Esse estudo nunca parou. Foi assim que surgiu a inspiração, e pensei em desenhar joias na linha de botânica”, acrescenta.

Decidida a desenhar com motivos vegetais, Veridiana não queria simplesmente reproduzir partes de plantas em joias. “Eu achava que era pouco e, nessa coisa de ir além, acabei pensando em fazer mutações genéticas, com plantas que não têm cruzamento natural entre si, como o bambu e a palmeira”.

Prefeita Maria José conhece as peças da coleção ‘Mutações’ (foto: Francis Jonas Limberger)

A exposição traz telas com desenhos em que Veridiana buscou os cruzamentos inexistentes na natureza. É daí que surge o nome “Mutações”. Em cadernos, também expostos, aparecem os primeiros trabalhos na linha das joias.

A terceira influência familiar de Veridiana, o avô materno dela, era um reconhecido artista plástico, tendo trabalhado com pintura e escultura. “É uma mistura. Com certeza, tudo isso me influenciou muito”.

“Mutações”, a exposição

Antes de produzir a coleção “Mutações”, Veridiana já havia desenhado alianças de casamento e noivado, além de produzir peças específicas com pedras preciosas. De acordo com ela, a data de lançamento da exposição em Tatuí tem um motivo especial.

“Tudo tem um momento certo, e a gente estava esperando por isso. À meia-noite de hoje (dia 19), será o ápice da minha vida, pois completo 40 anos. É a minha mutação”, argumenta a designer.

A abertura da exposição contou com a presença de amigos de Veridiana, da prefeita Maria José Vieira de Camargo e do diretor do Departamento de Cultura e responsável pelo museu, Rogério Vianna.

A mostra é constituída das telas e cadernos com os desenhos de Veridiana e de 18 painéis em que aparecem as joias. As modelos escolhidas para a demonstração são mulheres que, segundo a designer, destacaram-se em Tatuí. “A intenção foi encontrar mulheres ímpares”, destaca.

Assim como as modelos que as usam nas fotos, as peças em prata e ouro são únicas e encontram-se guardadas em um lugar seguro, fora de Tatuí. Somente quem esteve na abertura da exposição pôde ver algumas joias, usadas por Veridiana.

Depois de Tatuí, a coleção será exposta no Estado da Bahia e nas cidades de São Paulo e Campinas. Existe a possibilidade de exposições também na França e no Canadá.

Depois desse ciclo, as joias serão colocadas no mercado. Das telas com desenhos, duas serão vendidas com finalidade social, sendo os recursos destinados ao Fusstat (Fundo Social de Solidariedade de Tatuí) e à ONG Médicos Sem Fronteiras.

“O meu reencontro com o Gabriel foi muito especial, e a nossa intenção, desde o início, tinha um cunho social”.

Em Tatuí, a exposição pode ser visitada gratuitamente de terça-feira a domingo, das 9h às 17h. O Museu “Paulo Setúbal” fica na praça Manoel Guedes, 98, e o contato pode ser feito pelo telefone 3251-4969.