Movimento de educadores no municí­pio ultrapassa 80 dias





Divulgação

Educadores locais participaram de assembleia no vão livre do Masp

 

A greve dos professores de escolas estaduais em Tatuí ultrapassou 80 dias na sexta-feira, 12. Nessa mesma data, a categoria decidiria em São Paulo se mantinha a paralisação, que, no Estado, completou 94 dias.

A assembleia estava marcada para as 14h no vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo), com término após o fechamento desta edição (17h).

Em Tatuí, o movimento mantinha-se, mas com menos professores que no início. Segundo explicou a professora Raquel Aparecida Vivi Convento (português e inglês), pelo menos dez educadores desistiram da greve e voltaram às salas de aula.

“Alguns continuam. Nós tínhamos uns 40. Agora, estamos com 30, mas muito participativos”, comentou. Desde que fez parte do movimento, o grupo vai à capital para participar dos encontros promovidos pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo).

Na quarta-feira, 10, os professores de Tatuí aguardavam decisões consideradas importantes. Entre elas, o julgamento do dissídio coletivo pelo Órgão Especial do TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo, e o pedido da entidade – que seguiu para análise em Brasília – para que o governo mantenha o pagamento de salário dos professores que aderiram ao movimento.

Denominada de “maior paralisação da história do sindicato”, a greve dos professores estaduais é considerada um instrumento de “exposição à sociedade de todas as deficiências da educação pública do Estado de São Paulo”.

A entidade classista sustenta que o movimento é resultado “de políticas que desrespeitam professores e estudantes” e atribui ao governo a responsabilidade, uma vez que “não apresentou propostas de reajustes”.

No dia 3 de junho, véspera do feriado de Corpus Christi (celebrado no dia 4), professores decidiram continuar em greve. O número de educadores que integram o movimento, porém, caiu.

A própria Apeoesp reconhece que os “índices de adesão decresceram”. Conforme a entidade, isso ocorreu em função dos descontos dos dias parados, forçando os educadores a voltarem a lecionar.

Também por meio de comunicado, a entidade atualizou o número de professores que participaram da reunião anterior. De acordo com a Apeoesp, 15 mil educadores compareceram à assembleia na avenida Paulista. Na ocasião da votação, a proposta de continuidade venceu a que indicava suspensão.

Em comunicado, a entidade informou que continuará pressionando o governo para que anuncie os índices de reajuste salarial.

A categoria pede 75,33% e quer que o Estado envie “imediatamente para a Alesp (Assembleia Legislativa)” projetos que alteram a contratação dos professores da categoria “O” (temporários) e que garante atendimento médico a eles pelo Iamspe (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual).

O sindicato também exige que a Secretaria de Estado da Educação assegure a reposição de aulas a todos os professores que participaram da greve. Para isso, precisa reverter decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que permite ao governo descontar os dias não trabalhados da folha salarial dos educadores.

Na tentativa de ajudar os professores e evitar novas desistências, a Apeoesp anunciou a criação de um fundo de greve. O objetivo é apoiar professores que participam da paralisação da categoria e que deixaram de receber salários.

O fundo vai auxiliar a categoria até o fim da greve. O sindicato explicou que a reposição das aulas, o pagamento dos dias parados e a retirada das faltas dos prontuários são negociados com o governo somente ao final do movimento.