Mingo Jacob anuncia retomada de projetos que visam fomentar arte





Cristiano Mota

Artista pretende retomar projetos e fortalecer movimento cultural com discussões envolvendo artistas

 

Transformar o ateliê em um ponto de encontro de artistas para o fomento de projetos culturais. Esse é o objetivo do artista plástico Domingos Jacob Filho, o Mingo Jacob, para este ano.

A O Progresso, ele contou que retomou a proposta apresentada em 2014. Antecipou, ainda, que deve lançar um DVD (com videoaulas de pintura) e que priorizará a participação em salões de arte.

A ideia de “provocar uma efervescência cultural” surgiu a partir da mudança de endereço. Até o final de 2013, ele produzia quadros e ministrava aulas na antiga sede da Amart (Associação dos Artistas Plásticos de Tatuí e Região).

Com a transferência da entidade para a Fatec (Faculdade de Tecnologia) “Professor Wilson Roberto Ribeiro de Camargo”, Mingo levou quadros, molduras e cavaletes para uma parte da residência dele, onde montou ateliê. Desde então, ensina técnicas de pintura e recebe amigos na rua Humaitá, 89, no centro.

A inauguração aconteceu em fevereiro, após período de reformas. Na época, o artista já mantinha o desejo de ceder o espaço para o encontro de artistas plásticos e pessoas que gostam de cultura ou que estejam ligadas à área.

Por conta de questão de saúde, ele precisou adiar os planos. Em abril do ano passado, Mingo passou por uma cirurgia de hérnia. A intervenção o “retirou de combate” por 40 dias. “Tive de ficar esse tempo parado”, comentou.

Nessa mesma época, a mãe do artista ficou doente. “A condição de saúde dela exigiu minha presença por todo o primeiro semestre”, relatou. Mingo perdeu a mãe em julho. Em agosto, o artista resolveu “virar o jogo”.

Participou de exposição no Museu Histórico “Paulo Setúbal”, por conta da “Semana Paulo Setúbal”. Depois, emendou uma mostra na atual sede da Amart, na Fatec, durante simpósio com alunos, promovido pela instituição.

Mingo também colecionou conquistas, como a medalha de ouro no 74º Salão Ararense de Artes Plásticas “Antonio Rodini”, em Araras. Neste ano, voltará a disputar o evento e pretende convidar mais artistas da cidade a segui-lo. “Quero intensificar a participação da classe, por meio de reuniões”.

O artista programa encontros pequenos, inicialmente, para que haja a formação de um grupo. Com o tempo, a intenção é que as reuniões se intensifiquem e que, delas, possam surgir novas ideias e movimentos culturais.

“Vamos conversar para tentar, principalmente, manter o pessoal unido. Queremos fazer com que, das conversas, saiam coisas novas e independentes do poder público. O que não é muito fácil de acontecer”, disse Mingo. O primeiro encontro deve acontecer após o Carnaval, ainda neste mês.

A iniciativa conta com apoio da também artista plástica Marli Fronza. Os dois reuniram-se recentemente com mais conhecidos para começar a movimentar o meio cultural. “Vamos ver no que isso vai dar”, declarou o artista.

Como primeira sugestão, Mingo quer incentivar os artistas a se unirem para realizarem eventos como exposições em praça pública. Entretanto, afirmou que a ideia precisa ser estudada para que não fique fadada a apenas uma vez.

“Nós queremos que as ações tenham uma continuidade. Não que aconteçam uma vez e, depois, não tenha mais nada. Tatuí tem potencial”, enfatizou.

Outra proposta é que os artistas tatuianos aumentem a projeção fora dos limites do município. Mingo quer incentivar os colegas a disputarem concurso, como o salão de Araras. “Ele está com inscrições abertas e, inclusive, estou me preparando para mandar para lá minhas telas”, comentou.

Ele também quer concorrer ao Salão de Belas Artes, que acontece anualmente em Piracicaba. “Ele é, muito provavelmente, o mais importante do Brasil. Tem mais de 60 anos de realização ininterrupta”, declarou o artista.

Ensino e DVD

Em paralelo ao projeto coletivo, Mingo tem ideias em “várias frentes” para a divulgação da arte. A primeira delas diz respeito à capacitação de artistas que querem se profissionalizar.

Para isso, ele pretende montar um curso por módulos e apostilado, voltado a artistas que não tenham noções ou conhecimentos de técnicas clássicas de pintura. “Acho importantíssimo, porque as escolas ministram, praticamente, aulas de arte contemporânea e não usam mais a clássica”.

Ainda para este ano, o artista quer desenvolver projeto de gravação de um DVD. Trata-se de videoaulas nas quais Mingo vai ensinar todos os princípios da pintura. As gravações devem começar a ser roteirizadas no segundo semestre.

O conteúdo deve ser adaptado das aulas que o artista ministra no ateliê. O horário de atendimento é das 9h às 12h e das 14h às 18h, de segunda a sexta. As aulas acontecem três vezes por semana (quinta, sexta e sábado) e em horários diversificados. Mais informações pelo telefone 3259-4400.