Maquiagem ganha espaço e integra ‘arsenal’ da 2ª Cia. da PM de Tatuí

Encontro local para mulheres celebra o Dia do Policial Militar Feminino

Encontro incluiu café da manhã, cuidados faciais e oficina de maquiagem (foto: Diléa Silva)

A 2ª Companhia do 22º Batalhão de Polícia Militar de Tatuí realizou na terça-feira, 7, um encontro para as mulheres policiais que integram a corporação. Durante o evento, as armas e cinturões foram deixados de lado por um instante e a maquiagem passou a integrar o “arsenal” das militares.

O encontro foi realizado na sede no Clube de Campo, em comemoração ao Dia do Policial Militar Feminino – celebrado em 12 de maio -, contando com café da manhã, sessão de cuidados faciais e oficina de maquiagem.

De acordo com a capitão PM Bruna Carolina dos Santos Martins, comandante da 2ª Companhia do 22º Batalhão de Polícia Militar de Tatuí, a intenção do encontro foi “reconhecer o trabalho de cada colaboradora da polícia e reservar um tempo para cuidados pessoais”.

“Não poderíamos deixar essa data, que é tão importante para nós, passar em branco, e a ideia de um momento como este é reservar um horário para que cada uma possa cuidar de si. Nós vivemos jornada tripla – casa, filhos e a rotina na polícia -, e ter um horário reservado para cuidados pessoais é quase impossível”, argumentou a comandante.

O encontro contou com a colaboração de diversos parceiros, que doaram brindes a serem sorteados entre as participantes. Ao final, a capitão ainda presenteou cada uma das militares com uma foto contendo mensagem em comemoração à data.

“Sorteamos brindes e acredito que, depois deste evento, cada uma vai para casa se sentindo um pouco mais feliz e com a autoestima mais elevada”, ressaltou a comandante.

A história do destacamento tatuiano mostra que, ao longo dos anos, as mulheres vêm ganhando espaço na corporação. O grupamento, que nasceu em meados dos anos 80, ganhou, no ano passado, a primeira comandante feminina, a capitão Bruna. No entanto, ainda hoje, elas representam apenas 4% do efetivo, algumas no setor administrativo e outras no patrulhamento de rua.

A mulher mais nova a integrar a 2ª Cia. é a cabo PM Talita Santos Janez, de 26 anos. Ela soma cinco anos de profissão, mas começou a trabalhar em Tatuí há menos de dois meses.

Ela conta que o pai era policial militar e que, com isso, foi influenciada a seguir a profissão. “Eu admirava o trabalho do meu pai. O melhor de tudo é poder ter a oportunidade de ajudar as pessoas”, declarou.

Sobre trabalhar em um ambiente tipicamente masculino, Talita ressaltou que as mulheres ainda precisam provar, diariamente, que podem ser até melhores do que os homens, mas acrescenta que, antes de tudo, “é necessário fazer o que gosta”.

“A mulher pode seguir a carreira que ela quiser. Não há limites, basta que ela goste do trabalho, estude e se prepare como em qualquer profissão”, completou.

Já Elis Roberta de Souza, primeiro-sargento PM, conta que entrou para a carreira militar seguindo o exemplo de uma tia PM. Atualmente, Elis tem 26 anos de profissão e está há 20 anos na companhia de Tatuí. Já fez parte do patrulhamento de rua e, no momento, integra o setor administrativo.

“Tinha uma tia distante que era primeiro-sargento, e eu achava bonito. Elas usavam saia, aquele fardamento antigo, era muito lindo. Então, quando fiz o concurso e passei, fiquei muito feliz. Para mim, foi uma realização”, contou.

Elis também revela que ainda existe preconceito dentro da Polícia Militar, como em todas as profissões. Contudo, ressalta que as mulheres têm conquistado cada vez mais espaço.

“É um país machista; dentro da corporação, há um machismo ainda. Mas, a gente está ocupando nosso espaço, porque as pessoas já estão vendo que a gente consegue fazer o mesmo serviço que eles fazem”, afirmou.

“A melhor parte disso tudo é quando você atende uma ocorrência e consegue solucionar uma situação, um conflito, ou um socorro que você presta, um bem que você consegue recuperar… É uma das coisas mais gratificantes da polícia”, completou.

A cabo PM Elisângela Bueno de Queiroz, 47, que está há três anos no destacamento tatuiano e tem mais de 20 anos de profissão, ressaltou a importância de um evento de valorização pelo trabalho da policial feminina.

“Não participava de um momento de integração com este havia mais de sete anos. Poucas pessoas se lembram desta data, e fiquei muito feliz quando fui convidada, porque são momentos ótimos. Nós passamos a maior parte do tempo na rua, em patrulhamento, quase não temos um tempo para nós”, concluiu.