Kickboxing tatuiano conquista três ‘ouros’

Leandro Moraes nocauteou o adversário em apenas cinco segundos e bateu o recorde na competição

Tatuí conquistou três medalhas de ouro e uma de prata no Campeonato Brasileiro de Kickboxing. Uma das vitórias, a do faixa preta Leandro Moraes, ocorreu em apenas cinco segundos de luta. A competição reuniu os melhores lutadores do esporte brasileiro no Ginásio do Morumbi, em São Paulo, entre os dias 15 e 18 de junho.

No ringue, a faixa verde Gisele Norma Archanjo Rodrigues conquistou medalha de ouro entre as competidoras com faixas de branca a verde. A instrutora faixa marrom Elizângela Klimeck Pereira de Moraes ficou com o vice-campeonato na categoria acima de 70 kg.

Moraes venceu as finais das categorias point fight e light contact no kickboxing de tatame. Com a vitória, o mestre ganhou o direito de disputar o Mundial de Kickboxing que será realizado em Budapeste, capital da Hungria no mês de outubro.

Após a vitória no tatame, o lutador tem outro desafio: conseguir recursos para a viagem, que está orçada em R$ 8.000. Ele escolheu disputar somente na categoria light contact para manter o foco e já contar com melhor preparo.

“Vou fazer rifa, tentar diversos meios para conseguir o dinheiro. Neste ano, vou fazer diferente a minha preparação. Será meu foco, por ser o meu segundo mundial. Eu lutei em Dublin, mas perdi e agora vou com tudo, só falta esse título para ter conquistado todos os ouros da federação”, declarou.

O lutador ganhou vaga para a Copa do Brasil da categoria, entretanto, abdicará de disputar em prol do desempenho no Mundial. O Sul-americano, que será realizado em novembro em Foz do Iguaçu, terá a participação de Moraes, o atual campeão.

“O Brasil nunca venceu o mundial, nenhum atleta. Eu vou disputar no light contact, sou o primeiro do ranking do Brasil e o quarto do mundo”, explicou.

Competidor disputará o campeonato mundial da categoria na Hungria

Para manter-se enquadrado na categoria de peso, Moraes precisou perder 3 kg antes da medição, baixando para 94 kg. A massa muscular foi recuperada antes da competição, quando foram registrados 97 kg na balança.

“Eu fiz o nocaute mais rápido da competição, no light contact, em apenas cinco segundos. Foi somente um chute na luta e depois acabou. No light não é comum esse tipo de nocaute. O golpe foi classificado como sendo contundente, entretanto, sem agressividade”, explicou.

Com os ouros conquistados no Morumbi, Moraes foi convidado por atletas do Rio de Janeiro para ministrar uma palestra sobre luta na Cidade Maravilhosa.

“Vou dar uma palestra de luta no tatame no Rio de Janeiro, devido a minha evolução no campeonato. Sou campeão paulista e brasileiro, nas duas modalidades e estou invicto há dois anos no nacional. Com essas medalhas, já tenho seis ouros somente no Campeonato Brasileiro”, contou.

O Morumbi é como uma “segunda casa” para Moraes, que já tinha ganhado no ano passado o Campeonato Brasileiro. Com o ambiente familiar, as lutas ocorreram com maior tranquilidade, garantiu o atleta, que disse estar no auge das condições físicas, psicológicas e técnicas aos 29 anos.

Para a competição na Hungria, uma das preocupações de Moraes é a temperatura. Quando disputou o Mundial em Dublin, na República da Irlanda, o mestre teve dois adversários: o do ringue e a temperatura de -7°C.

“A temperatura atrapalha a respiração, o tempo de golpe e o joelho. Ainda não imagino como será a temperatura na Hungria naquela época do ano, o frio poderá prejudicar-me”, constou.

Lutadoras em destaque

A instrutora Elizângela e a aluna Gisele destacaram-se na competição de ringue do kickboxing. Um tipo de luta considerado pelos atletas mais pesado se comparado com a modalidade no tatame.

Elizângela conquistou a medalha de prata na modalidade low kicks para atletas acima de 70 kg e com faixa superior à azul. Com 86 kg de massa e 1,61 metro de altura, a lutadora enfrentou “uma pedreira” no ringue. A oponente tinha 128 kg e 1,74 metro de altura.

“Fiz de tudo para trazer o ouro, mas não deu. Eu lutei com uma lutadora experiente, que já tem brasileiro, mundial. Foi uma pedreira. Na nossa chave, uma das lutadoras desistiu de entrar no ringue quando viu o tamanho da criança. Eu fui lá e enfrentei”, comentou.

Com uma luta classificada como “pega feio”, a lutadora de Tatuí trouxe alguns hematomas, mas saiu de “cabeça erguida” por ter enfrentado a oponente sem temer a derrota. Com a medalha de prata no peito, Elizângela conquistou direito de disputar o Campeonato Sul-americano.

“Vou fazer a minha graduação para a faixa preta no mês que vem. Sou faixa marrom”, contou.

A faixa verde Gisele venceu na modalidade low kicks e trouxe uma medalha de ouro para Tatuí. O Campeonato Brasileiro foi a segunda competição disputada pela lutadora de 27 anos.

“Vamos continuar disputando os campeonatos que acontecerem no Brasil pelo acesso ser mais fácil. É complicado e caro viajar para outros países e a gente não conta com patrocínio. Para ter ido à São Paulo precisamos vender muita feijoada para juntar dinheiro”, disse.