Institucional

O PROGRESSO DE TATUÍ – 101 ANOS

A primeira edição do jornal O Progresso de Tatuí data de 30 de julho de 1922, dirigido por Cândido de Souza Freire, que adoece em outubro do mesmo ano e passa a direção a Fernando Paes. O ano ficou na história nacional por conta do movimento modernista liderado também pelo tatuiano Paulo Setúbal (embora a história literária não reconheça). Os “modernistas”, 100 anos depois da Proclamação da Independência, lutavam por uma liberdade que ainda não existia.

Em 6 de janeiro de 1924, José Ortiz de Camargo, o conhecido Zé Marinheiro, assume a direção do semanário dominical, de quatro páginas.

Com o falecimento de José Ortiz, o filho dele, Vicente Ortiz, torna-se diretor do jornal, em 1944, permanecendo até 1981. Suas veias jornalísticas brotaram na década de 30 ao imprimir das páginas do centenário prelo francês. “Vicentinho” deixou as carteiras escolares do colégio “João Florêncio” por negar-se a ter aulas com um professor itapetiningano, evidenciando a tradicional rixa entre as cidades. O pai, sempre bonachão, quase aprendeu a ser metódico como o filho, que ganhou mais tarde o apelido de “Caxias”, por saber conduzir as diversas situações.

Em 1981, deixa a direção a Ivan Gonçalves. Logo em 1995, a direção passa às mãos dos atuais proprietários, Ivan Camargo e Ana Maria de Camargo.

Por muito tempo, as dificuldades técnicas foram aparentes, tanto que apenas na edição de setembro de 1922 surge a primeira fotografia impressa, com a reprodução do “Grito do Ipiranga”, acompanhada por um texto em homenagem ao centenário da Independência.

As finanças também eram motivo de preocupação. O jornal era editado em Tatuí com uma tiragem baixa, embora fosse o necessário para os primeiros anos. A maioria dos funcionários trabalhava na função de aprendiz, sem remuneração.

O principal concorrente na época, o “Cidade de Tatuí”, dirigido por João Padilha, era nominalmente criticado nos idos de 30, por fazer situação ao presidente da Câmara, na época o vereador Thomás Guedes, enquanto que o jornal era aliado do prefeito, Norman Bernardes, adversário político dos Guedes.

Problemas e dificuldades não foram obstáculos suficientes para barrar O Progresso de Tatuí. Com credibilidade conquistada pelo tempo, o jornal continua em sua função de registrar, noticiar, denunciar. Nas páginas de O Progresso, registrou-se a satisfação da população tatuiana com o final dos conflitos da Segunda Guerra, os festivos carnavais de rua, os concertos públicos da Corporação Musical Santa Cruz e outras notícias que fazem parte do quebra-cabeça que constrói a história recente do município e do país.

Se o termo “journal” vem do latim diurnalis, O Progresso segue em sua obrigação de ser o diário de Tatuí – em um de seus mais conhecidos sentidos – no qual são registrados o riso, o choro, a revolta, a tristeza, a justiça e a injustiça.