Iniciadas obras complementares a ponte

Projeto divulgado pela municipalidade prevê impacto de veículos e melhoria para recebê-los após também entrega de ponte do Junqueira

Prevista para ser concluída no fim deste mês, a ponte do Marapé é a primeira de um conjunto de obras realizadas pela Prefeitura. O Executivo deu início, neste mês, à programação de recuperação da região norte da cidade.

O vice-prefeito Luiz Paulo Ribeiro da Silva antecipou a O Progresso que as melhorias serão realizadas pela Prefeitura. O Executivo começou o processo de recuperação do trecho que compreende o final da rua Capitão Lisboa e os inícios das avenidas Vice-Prefeito Pompeo Reali e Nelson Fiúza.

As obras incluem recapeamento dos trechos que tiveram o asfalto retirado para a implantação de galerias pluviais, melhorias na iluminação pública e revitalização do entorno da ponte. Esta última envolve a construção de novas calçadas, projeto de paisagismo e passagens para pedestres.

O projeto anunciado pela prefeita Maria José Vieira de Camargo prevê, ainda, a finalização da ponte do Jardim Junqueira e a transformação da rua Maria Aparecida Santi – que liga a marginal do Manduca à Pompeo Reali – em avenida.

Todas as ações serão realizadas “em cadeia” e sequencialmente ao içamento das vigas da ponte do Marapé. A empresa responsável por construir o dispositivo, a Rone Engenharia, Projetos, Construções e Comércio Ltda., instalou as vigas e, posteriormente, as pré-lajes e os tabuleiros em junho.

Na manhã do dia 1o de julho, após a solenidade de entrega de novas viaturas para a Guarda Civil Municipal, a prefeita Maria José vistoriou a região. Ela esteve acompanhada do secretário municipal do Governo, Luiz Gonzaga Vieira de Camargo, e conversou com engenheiros da Prefeitura.

Maria José discutiu pontos do conjunto de obras. As construções e melhorias serão realizadas e gerenciadas pela Prefeitura. Para a parte de acabamento, na qual se configuram as calçadas, uma nova rotatória e o paisagismo, o Executivo deve contratar empreiteiras.

“Nossa equipe vai fazer a parte de elétrica e o que for obra civil”, antecipou o vice-prefeito. Luiz Paulo explicou que a Prefeitura vai terceirizar o projeto de recapeamento.

O recape também poderá ser feito por outras duas empresas, com contrato com a municipalidade. Uma delas ficará responsável pelo trecho da Nelson Fiúza. “Temos duas empresas detentoras de ata de registro que serão chamadas para a revitalização deste trecho, após a instalação das pré-lajes da ponte”, informou.

Em paralelo, a Prefeitura realiza a primeira etapa da instalação de galerias pluviais. A proposta é construir uma galeria pluvial abaixo do trecho da avenida no qual o Executivo havia construído o canteiro central.

Apelidado de “churrasqueira”, o dispositivo teve a primeira parte demolida pela atual administração. O Executivo recebeu aval de moradores do entorno para derrubar a obra em audiência pública realizada na concessionária Itauto.

Na ocasião, Maria José e engenheiros da Prefeitura divulgaram pareceres técnicos, demonstrando a ineficiência da obra e os riscos para os pedestres e motoristas. Como não dispõe de projeto de drenagem, o canteiro facilita o acúmulo de água, principalmente de chuva, causando efeito de aquaplanagem nos veículos.

Em dias de precipitações com maior tempo de duração, a pista tende a ficar com grande volume de água, dificultando a aderência dos pneus ao asfalto e aumentando o risco de acidentes. Os moradores também reclamaram da falta de acessos para quem quer atravessar a avenida, uma vez que não há faixas de pedestres.

Para resolver as questões, a Prefeitura se propôs a apresentar um projeto de revitalização. O plano, divulgado a O Progresso, engloba apenas o primeiro trecho da “churrasqueira” e permitirá a liberação do acesso da ponte do Marapé.

O Executivo tem planos de inaugurar a obra em agosto, por ocasião do aniversário do município. No entanto, para que isso aconteça, precisa concluir todas as obras de drenagem. “Queremos conter o fluxo de água e acabarmos com o problema que a Pompeo tem de chuva”, disse o vice-prefeito.

A meta da Prefeitura é concluir o primeiro trecho até agosto, para atender aos pedidos de moradores e comerciantes que possuem negócios na vila São Cristóvão.

Os empresários querem que a liberação do acesso aconteça o mais breve possível. Eles argumentam que acumulam prejuízos desde a queda da ponte.

O dispositivo ruiu em março do ano passado, por conta das fortes chuvas que atingiram o município. A Prefeitura quer evitar que a nova ponte tenha qualquer tipo de dano quando ocorrer grande volume de precipitações.

Para tanto, iniciou a implantação de galerias pluviais que serão feitas por etapas. Na primeira, a Prefeitura instalará bocas de lobo na extensão que vai da unidade do Habib’s até a cabeceira da ponte do Marapé, que dá acesso ao centro.

“Vamos adequar toda esta região para resolver de vez o problema de acúmulo de água em dias de chuva”, ressaltou o secretário municipal das Obras e Infraestrutura, Marco Luís Rezende.

O projeto prevê a instalação de tubos subterrâneos pelos quais a água da chuva percorrerá até o ribeirão. Com isso, o Executivo estima aumento no “tempo de vida útil” da malha asfáltica do trecho e a preservação da estrutura da ponte.

Foi por esta razão que a Prefeitura precisou demolir a churrasqueira. Rezende argumentou que o Executivo não tinha como construir a galeria se não mexesse na obra. Como ela apresentava “erros de projeto”, o Executivo achou por bem removê-la.

Aproveitando a etapa, o secretário citou que os engenheiros da Prefeitura tiveram a ideia de transferir a rotatória central para um ponto mais distante da ponte.

A anterior ficava próxima ao acesso da avenida. A nova vai atender não só quem sai do centro em direção à periferia, como motoristas de veículos pesados. São caminhões que voltarão a trafegar pelo local, por conta da liberação do trecho que dá ligação à primeira etapa do anel viário.

Outro aspecto que contribuiu para a mudança da localização da rotatória é a iluminação. A Prefeitura pretende melhorar os pontos de luz e trocá-los por lâmpadas mais eficientes. Incluirá, ainda no trecho, nova sinalização de solo e vertical.

O projeto a ser colocado em prática prevê a instalação de semáforos ao longo da avenida. A Prefeitura quer disciplinar o trânsito, de modo a manter a fluidez, mas garantir a segurança de quem precisa atravessar o trecho.

Assim como a demolição da churrasqueira e a implantação da galeria pluvial, o secretário de obras disse que a intenção é estender todas as melhorias para os 920 metros de extensão da avenida, com as bocas de lobo independentes.

“Depois de concluirmos esta primeira etapa é que vamos demolir a segunda”, explicou Rezende. Conforme ele, a Prefeitura ainda não mexeu nos trechos seguintes do canteiro central para não interromper o fluxo de veículos, que já está prejudicado. O acesso ao local é feito por vias transversais.

Para a segunda etapa, Rezende afirmou que o Executivo pretende ligar as galerias ao córrego Ponte Preta. Dessa forma, a água da chuva cairá em uma “caixa de inspeção” subterrânea e, dela, será direcionada ao curso de água. “A intenção é não sobrecarregar o Manduca e para que ele não atinja a ponte”, comentou.

Uma terceira galeria pluvial será instalada na altura da vila Esperança, com linhas de tubos permitindo o escoamento das águas da chuva do ponto mais alto da avenida. As galerias devem ser construídas independentemente, mas interligadas.

As obras devem começar, oficialmente, no dia 10 deste mês, prazo final da conclusão da ponte, conforme edital. Entretanto, o engenheiro responsável pela empreiteira antecipou a O Progresso que a empresa vai concluí-la no fim deste mês. O prazo foi estendido por conta das chuvas que caíram durante a construção.

Devido aos atrasos atribuídos às precipitações, Rezende afirmou que não há como prever quanto tempo a Prefeitura precisará para realizar todas as obras complementares. “Vamos correr contra o tempo e torcer para não chover”, comentou.

Para acelerar a obra, o secretário disse que existe a possibilidade de a secretaria convocar funcionários para trabalharam em hora extra. Por fim, informou que – como as benfeitorias estão sendo realizadas por fases – não há como prever o custo total.