Grande maioria de leitores diz que a cidade não é acessí­vel





Pesquisa realizada pelo jornal O Progresso, por meio de seu portal de notícias, aponta que a maioria de leitores acredita que a cidade não possui acessibilidade aos deficientes.

Resultado mostra que 88% das pessoas que votaram afirmam que não há acessibilidade, 9% acreditam que há “razoavelmente” e apenas 3% disseram que Tatuí é acessível. O questionamento ficou no site www.oprogressodetatui.com.br de sábado, 19, até sexta-feira, 25.

A enquete baseou-se na reportagem “Acessibilidade para pessoas com deficiência é um desafio para Tatuí”, que apontou dificuldades enfrentadas por deficientes nas ruas.

De acordo com Vera Lúcia Amorim, que teve poliomielite (paralisia infantil), a locomoção pela cidade é muito difícil, pois ela não consegue sair sozinha na rua.

“As rampas são muito inclinadas, e, por isso, tenho medo de descer ou subir sozinha. As calçadas são estreitas, têm árvores, postes ou buracos. Então, eu tenho que andar na rua, o que me dá muito medo, pois é cheia de caminhões, ônibus e carros”, afirmou Vera.

De acordo com Vera, algumas lojas da cidade também apresentam dificuldades dos deficientes entrarem ou utilizarem provadores, pois, segundo ela, alguns estabelecimentos possuem degraus e em outros, as cabines para experimentar roupas são muito estreitas.

O deficiente visual e professor de Braille Nilson dos Santos Ribeiro disse que o piso tátil é a principal reivindicação dele e de deficientes locais.

“Na rodoviária, por exemplo, quando a gente desce do ônibus, tem duas entradas. Eu consigo me localizar bem, mas tem gente que se perde”, explicou Ribeiro.

De acordo com o professor, estacionamentos abertos, espalhados na cidade, também apresentam dificuldades aos deficientes visuais, pois alguns deles acabam entrando sem querer nesses locais.

“Seria ideal ter na cidade toda, mas, pelo menos, em lugares abertos já seria um avanço”, afirmou Ribeiro.

Segundo a técnica de orientação e mobilidade e professora na Apodet (Associação dos Portadores de Deficiência de Tatuí), Vanessa Junia Cortol, os alunos reclamam bastante da falta de acessibilidade.

“Os deficientes visuais têm menos dificuldade de acesso que os cadeirantes, por exemplo, mas, mesmo assim, a acessibilidade é terrível para todos eles”, afirmou Vanessa.

Nesta semana, a enquete aborda tema cultural. O dia de um dos santos mais populares do país é comemorado em 23 de abril, mas, em Tatuí, São Jorge será homenageado neste domingo, 27, a partir das 10h, com tradicional cavalgada.

A concentração dos cavaleiros, vindos de diversas cidades da região, está prevista para às 9h, na avenida Cônego João Clímaco, conhecida como avenida das Mangueiras.

A procissão representa o resgate de uma tradição local (reportagem nesta edição). Por ela, o jornal questiona: “Como você avalia a manutenção das antigas tradições locais, como a Festa de São Jorge?” As respostas são: “fundamental para a identidade do município”, “boas como atrativos turísticos” e “sem qualquer importância”.

A enquete ficará disponível no site www.oprogressodetatui.com.br, da tarde de sábado, 26, até sexta-feira, 2. O resultado será divulgado na edição do próximo domingo, 4.