Estudantes do Objetivo participam pela 1ª vez do Torneio de Robótica





Dez alunos do Colégio Objetivo de Tatuí participarão, nos dias 11 e 12 de dezembro, do Torneio de Robótica FLL (“First Lego League”), na cidade de Indaiatuba (SP). O tema da competição deste ano é a busca de soluções para o lixo.

Os participantes deverão desenvolver uma solução inovadora na forma como lidar com os resíduos sólidos, como alimentos, materiais eletrônicos, hospitalares e produtos químicos.

A competição é realizada pelo Sesi (Serviço Social da Indústria), em parceria com a instituição norte-americana First (For Inspiration and Recognition of Science and Technology) e o grupo Lego.

Os alunos locais preparam um robô feito com peças Lego, que reconhece, recolhe e separa o lixo. A disputa regional acontecerá em 11 cidades brasileiras, e os melhores trabalhos terão vaga garantida para o concurso nacional, que acontecerá em Brasília.

A competição acontece em mais de 80 países. No Brasil, terá a participação de 4.200 jovens com idades entre 9 e 16 anos, de escolas públicas, particulares e até de grupos de amigos, os chamados “grupos de garagem”.

O professor de ciências e robótica André Luís Mingheti Puga é um dos orientadores da equipe de robótica do Colégio Objetivo de Tatuí. Os alunos se reúnem de duas a três vezes por semana para desenvolverem o projeto com o qual disputarão a competição.

“Eles são alunos do 6º ao 9º ano (do ensino fundamental) e do 1º ano (ensino médio) e vêm de duas a três vezes por semana para montar o projeto. Faz cerca de dois meses que estão neste projeto”, contou.

Na escola, são ministradas aulas de robótica para alunos do 1º ao 9º ano do ensino fundamental, além dos alunos do ensino médio.

Letícia Keiko Nunes de Campos, do 8º ano, é uma das duas garotas integrantes da equipe de robótica. Ela explicou como funcionará o robô que estão projetando.

“Nosso robô mostra, de uma maneira lúdica, como descartar as pilhas sem cargas. Com esse projeto, a gente trabalhou conceitos de química para explicar as reações químicas das pilhas no meio ambiente; e física e matemática, para montar o robô”.

Lucas Pavin, do 1º ano do ensino médio, contou que, entre as tarefas desempenhadas pelo robô, está o recolhimento do lixo e o depósito dele em uma base para separação. “São várias funções que estamos trabalhando nele. As principais são recolher e levar para a base”, ressaltou.

O projeto está em fase de montagem. Depois dela, os alunos trabalharão na programação, a qual pode sofrer algumas alterações, caso necessárias.

Há cerca de sete anos que o colégio oferece as aulas de robótica, mas é a primeira vez que estudantes participarão do Torneio de Robótica. Segundo o professor Puga, as aulas ajudam os alunos a melhorarem o desempenho em diversas áreas do conhecimento.

“O principal intuito é ajudar na organização, melhorar as habilidades pessoais e estimular a criatividade. A nossa aula é multidisciplinar, nossos alunos aprendem, principalmente, ciências, física, matemática e geografia”, afirmou o professor.

Puga destacou que as tarefas desempenhadas pelos robôs trabalham com conceitos importantes de ciência e, principalmente, da física. “Quando fazem aula de física, os alunos aprendem os conceitos como o de velocidade, queda livre, mas acabam não vendo como esses conceitos se aplicam”.

“Muitos de nossos robôs trabalham com isso: lançamento, queda, velocidade, variação de espaço. Então, eles calculam a distância, o tempo e conseguem visualizar os conceitos que aprenderam em sala de aula”, contou.

Cada sala tem em média 30 alunos, e os robôs são montados conforme o planejamento das aulas. Os estudantes são avaliados por diversos critérios.

“Cada grupo tem quatro alunos, e eles desenvolvem a programação e a montagem dos robôs. Além da parte prática, fazem um relatório e uma prova escrita, pela qual mostram o que aprenderam com os robôs”, explicou.

Letícia afirmou que, além do aprendizado científico, as aulas de robótica ensinaram “valores importantes que vai levar para o resto da vida”.

“A gente aprende a trabalhar com o tempo, com a cobrança e com as regras. Na nossa equipe, um depende muito do trabalho do outro, e, com isso, a gente passou a valorizar mais o companheirismo”, destacou.

Há três anos o colégio faz uma competição interna para avaliar os melhores trabalhos de robótica. É o primeiro ano em que o Objetivo Tatuí participa do campeonato regional.

“Robótica tem um universo muito grande. O aluno pode continuar a desenvolver e buscar coisas novas para aprender. O legal é que você trabalha a parte teórica e prática juntas, e o aluno consegue ver o que está aprendendo”, ressaltou.

O robô mais avançado que os alunos do Objetivo aprendem a montar é a “ponte rolante”, que, de acordo com o professor, exige uma programação mais complexa.

“A programação mais simples é do bugue, um carrinho cuja única programação é se mover. Temos robôs que a montagem é mais simples, porém, a programação é complexa e vice-versa”, afirmou.

Os jurados do Torneio de Robótica avaliarão o projeto de pesquisa, o design do robô, o desafio e o trabalho em equipe.

Caso ganhem o concurso em Indaiatuba, os estudantes disputarão a etapa nacional, em fevereiro, na cidade de Brasília. As eliminatórias regionais também serão realizadas em Vitória, Porto Alegre, Goiânia, Natal, Salvador, Manaus, Curitiba e Belo Horizonte. Osasco (SP) e Presidente Epitácio (SP) também terão competições regionais. No ano passado, 60 equipes se classificaram para a competição nacional. Os vencedores nacionais terão direito a participar do evento mundial, a ser realizado nos Estados Unidos.