Duo Heimann-Braga realizará recital didático e espetáculo em fevereiro





O duo Heimann-Braga, formado pelo saxofonista Erik Heimann Pais e pela pianista Míriam Braga, promoverá recital didático e o espetáculo “Miniaturas, Serestas e Outras Imagens do Brasil”. As apresentações acontecerão na quinta-feira, 4 de fevereiro, com entrada gratuita.

O concerto didático será a partir das 10h, no auditório do CEU das Artes (Centro de Artes e Esportes Unificados), localizado na rua Rosa Monteiro, 475, próximo ao antigo curtume.

A partir das 17h30, acontecerá o espetáculo “Miniaturas, Serestas e Outras Imagens do Brasil”, no Museu Histórico “Paulo Setúbal”, localizado na praça Manoel Guedes, 98.

As apresentações duram cerca de 50 minutos a uma hora. Nos recitais, o duo apresenta, em média, dez composições. “Depende muito do público. Quando eles pedem, nós continuamos tocando”, explicou Pais.

O trabalho tem patrocínio do Proac (Programa de Ação Cultural), por meio de edital de apoio a projetos de gravação de disco inédito e circulação de espetáculos de música erudita no Estado de São Paulo, e apoio da Secretaria de Educação, Cultura e Turismo, por meio do Departamento Municipal de Cultura e Desenvolvimento Turístico.

O repertório é o mesmo do CD gravado em novembro de 2015, no teatro “Procópio Ferreira”, com 19 canções, e que deverá ser lançado na semana após o Carnaval. O recital já passou por quatro cidades desde dezembro: Araçatuba, Ourinhos, Embu das Artes e Socorro.

O concerto didático é interativo e próprio para alunos de música. O saxofonista revela que o duo contará como foi o processo de gravação do disco e outras curiosidades.

“Nosso objetivo é quebrar a barreira entre o palco e a plateia. Nós tocamos, conversamos e respondemos perguntas dos músicos por paixão e profissão”, afirmou.

O projeto “Miniaturas, Serestas e Outras Imagens do Brasil” visa “resgatar, difundir e promover a linguagem clássica do repertório brasileiro de câmara para saxofones e piano, pretendendo atingir tanto músicos quanto grande público”.

A apresentação conta com versões originais para saxofone e piano de sete compositores brasileiros: Liduíno Pitombeira, Edino Krieger, Edmundo Villani-Côrtes, Antonio Ribeiro, Renato Goulart, Fernando Morais e Oscar Lorenzo Fernandez. As obras nunca foram gravadas com a formação do duo, e, com exceção de Fernandez, todos os demais compositores são vivos e atuantes.

O nome do projeto, segundo o saxofonista, é descritivo e surgiu das características do repertório selecionado para a gravação. “Nós gravamos três obras compostas por diversas miniaturas. Duas obras chamadas “Seresta”, uma obra chamada “Imagens do Brasil”, além de mais três obras bem brasileiras”, explicou.

Segundo Pais, o lançamento do CD é um diferencial na formação de novos saxofonistas e jovens compositores. “Apesar das primeiras obras brasileiras para saxofone clássico serem datadas da segunda década do século 20, a presença do saxofone na música popular é a maior referência dos jovens instrumentistas de hoje”, justificou.

O músico pontua que, após todo o processo de distribuição e divulgação do CD, o duo começará a pensar no repertório para um segundo disco.

Para os músicos, além da gravação das obras inéditas, “a circulação do trabalho é parte revelante do projeto”. “A circulação deste repertório em espetáculos é importante, pois a presença do saxofone na música erudita brasileira ainda é pouco conhecida do grande público, especialmente daqueles residentes distante das capitais”, destacou.

O duo revela que espera ver crianças, adolescentes, adultos, estudantes e interessados por música, na quinta-feira, 4, principalmente no período da manhã.

Já no museu, o casal espera encontrar aqueles que têm afinidade com música brasileira, “modinhas”, serestas, choros, maracatús e valsas. “E, claro, aqueles que gostam de piano e saxofone”, comentou, rindo.

O projeto tem importância na história fonográfica brasileira, dentro da discografia nacional para saxofone clássico e piano, uma vez que registra todas as faixas do CD com a mesma formação instrumental.

Este é o primeiro registro fonográfico do duo Braga-Heimann, que estreou no ano de 2007, com recitais no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo.

Os músicos dedicam-se exclusivamente ao repertório erudito para saxofone e piano de compositores brasileiros, e vem se apresentado em diversos Estados, como São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Distrito Federal, Piauí e Rio Grande do Norte, e internacionalmente, em Montevidéu (Uruguai) e Celles-Sur-Belles (França), além de participações em festivais internacionais de saxofone.

Pais aprimorou os conhecimentos sob a orientação de Dale Underwood (Estados Unidos), e recebeu, em 2003, o título “Licentiate in Saxophone Performance”, pelo “Trinity College London”, que fornece avaliações de habilidades em todo o mundo desde 1877.

Atualmente, é mestrando na Universidade de Campinas, na qual desenvolve pesquisa sobre o panorama fonográfico do saxofone no Brasil. Foi premiado em vários concursos nacionais e atua como músico e solista em bandas sinfônicas desde 1997.

Desde 2006, atua como consultor para a Yamaha Musical do Brasil e, atualmente, integra o projeto “Sopro Novo Bandas”, pelo qual já percorreu 11 Estados brasileiros, realizando workshops e recitais.

Foi artista convidado do I Congresso da Associação Latino Americana de Saxofonistas, em San José Costa Rica, no ano de 2013, no qual foi eleito integrante do primeiro comitê da organização.

Em 2014, recebeu o titulo de comendador da Ordem do Mérito “Cultural Carlos Gomes”. Como saxofonista da Orquestra de Sopros Brasileira, gravou 09 CDs e um DVD.

É também “clinician” de saxofone da Yamaha Musical do Brasil e ocupa, desde março de 2008, o cargo de assessor artístico do Conservatório de Tatuí.

Míriam é mestre em música pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e bacharel em piano pela Faculdade São Judas.

Tem, em sua discografia, uma série de CDs dedicados à música brasileira, incluindo “Meridian Records” (Inglaterra), pelo qual “gravou Villa-Lobos”, numa coleção em três volumes, com a obra integral para violoncelo e piano, assim como os três trios para piano e cordas.

Atua como pianista residente em festivais Internacionais (cordas, madeiras de orquestra, metais, piano, canto de câmara) e como clinician e pianista exclusiva no projeto “Sopro Novo Bandas”, da Yamaha Musical do Brasil.

No Conservatório de Tatuí, é coordenadora da área de música de câmara e docente da área de piano e de música de câmara.

Em 2015, recebeu, da Sociedade Brasileira de Artes Cultura e Ensino,  o “Mérito Cultural Carlos Gomes”, no grau de comendador. Os concertos de Míriam incluem América Latina, Estados Unidos e Europa.