Decisão sobre gestão do Mercadão poderá ser tomada nesta semana

Proposta a ser discutida é de que comerciantes assumam administração

A partir da transferência, prédio histórico poderá ser restaurado; obras devem incluir reforma de telhado

A decisão sobre a administração do Mercado Municipal “Nilzo Vanni”, o “Mercadão”, pode ser tomada durante esta semana. O secretário municipal da Agricultura e Meio Ambiente, Célio José Valdrighi, confirmou à reportagem que realizará encontro com os comerciantes que trabalham no espaço.

De acordo com ele, os empresários devem apresentar um primeiro posicionamento a respeito da proposta apresentada por Valdrighi. O secretário conversou com os locatários de espaços neste mês.

No encontro, apresentou as dificuldades enfrentadas pela atual administração para a gerência do edifício e as possibilidades de solução. Entre elas, a possibilidade de que a administração passe para os comerciantes.

No entendimento do secretário, conforme declaração dada no fim do mês passado, o ideal para os empresários é que eles mesmos gerissem o Mercadão.

Valdrighi repassou a proposta para um grupo de comerciantes. “Conversamos com alguns deles, mas ainda estamos tendo este contato”, acrescentou.

O secretário disse que aguarda que os próprios empresários conversem entre si e decidam se querem ou não formar uma associação para a administração.

“Nesta semana, vamos ter uma reunião para podermos decidir. Os locatários de estandes estão conversando entre si e amadurecendo a ideia”, acrescentou. A resposta oficial deve ser dada em encontro com data a ser definida.

O secretário não confirmou a expectativa de que os comerciantes possam administrar o espaço, segundo antecipou na tribuna da Câmara o vereador Antonio Marcos de Abreu (PR). O parlamentar disse, na terça-feira, 16, ter conhecimento de que os empresários se unirão em parceria.

“Tive uma reunião com a prefeita (Maria José Vieira de Camargo) em relação ao Mercadão. Gostaria de falar que está sendo montada uma associação, e, com isso, ambas as partes vão ganhar”, sustentou o parlamentar.

O vereador citou que os empresários teriam a vantagem de poder decidir a respeito de assuntos ligados às necessidades. Também poderão ter a atividade econômica fortalecida, uma vez que encontrariam soluções mais rápidas.

Também sobre o assunto, Eduardo Dade Sallum, vereador pelo PT, comentou sobre a notícia da possibilidade de os comerciantes se unirem em associação. Sallum ressaltou que, em pronunciamento anterior, ele reivindicara melhorias para a estrutura do prédio centenário junto ao Executivo.

A principal preocupação do parlamentar era com relação a uma pilastra instalada pela Prefeitura para escorar o pilar central que dá sustentação ao telhado. Conforme o vereador, havia risco de a estrutura cair, pela precariedade.

Na segunda vez que tratou do assunto, em outra sessão ordinária, o parlamentar posicionou-se contrário a uma das soluções aventadas por Valdrighi.

A O Progresso, o secretário municipal afirmou que a Prefeitura poderia terceirizar, por meio de concessão (privatização) a uma empresa particular.

O entendimento do vereador é de que a terceirização representaria custo adicional aos lojistas. Para manter os estandes no Mercadão, eles pagam taxa mensal à Prefeitura, mais os impostos e tributos relativos à atividade.

“Isso (a concessão para empresa particular) aumentaria o valor que os comerciantes, hoje, pagam. Veja a rodoviária – que é um órgão parecido, semelhante e que foi privatizado – a forma que está”, argumentou o parlamentar.

Na tribuna, Sallum parabenizou a prefeita e o secretário municipal pelo esforço de encontrar alternativas junto aos comerciantes. “Entendo que os primeiros a serem questionados com relação ao Mercado Municipal são eles”, afirmou.

Ele salientou a disposição de Maria José em dialogar com os comerciantes e declarou que, “da forma com que o assunto está sendo conduzido, quem ganha é a população”.

Déficit

A Prefeitura começou a estudar o repasse da gerência do prédio histórico sob a alegação de que o modelo atual não está funcionando a contento. O motivo principal é o déficit anual de, aproximadamente, R$ 400 mil, anunciado na Câmara Municipal.

O Executivo também sustenta que a mudança poderia levar melhorias para o espaço. Entre elas, mais autonomia aos comerciantes e a possibilidade de revitalização por um processo mais célere do que se dá atualmente.

Devido aos problemas com o caixa (que está “mais magro” por conta da queda da arrecadação municipal) e de acúmulo de déficit de perto de R$ 33 mil por mês, mais os problemas estruturais do prédio, a Prefeitura entende ser mais prudente repassar a administração. Para isso, formulou três soluções.

A última delas seria o Executivo manter o modelo atual, pelo qual as únicas fontes de renda que a Prefeitura tem para manter o mercado funcionando são a taxa de licença e o ISS (Imposto Sobre Serviço). Ocorre que alguns dos comerciantes, por questões alheias à administração municipal, não conseguem arcar com os tributos ou atrasam os pagamentos.

Como emprega boa parte do orçamento para o funcionamento do prédio, o Executivo fica quase sem recursos para arcar com as despesas de reparo.

Realiza, conforme Valdrighi, obras consideradas essenciais, como o reparo de parte do telhado, na área central do Mercadão. O teto está sendo escorado por um caibro até que a Prefeitura conclua processo de licitação para a obra.

Para continuar administrando o prédio, o Executivo teria de equalizar as contas.