Curso PLP somente para mulheres começa na próxima segunda-feira





Leila Mara Grando Coelho

Em 2013 projeto formou 14 integrantes na primeira turma

 

Segunda-feira, 17, terá início o curso PLP (Promotoras Legais Populares), projeto na área dos direitos humanos que visa formar uma “rede de solidariedade e informação para a mulher brasileira”.

De acordo com Heloísa Saliba e Borges, representante do PLP em Tatuí, o curso existe em São Paulo há mais de 20 anos. Em Sorocaba, este ano, começa a 12ª turma, sendo que aqui será iniciada a segunda.

No ano passado, foram 14 pessoas formadas, e, para 2014, são esperadas, pelo menos, 30 alunas.

O projeto foi oferecido pelo Instituto Plena Cidadania – Plenu, de Sorocaba.

Conforme Heloísa, há várias cidades da região que estão montando o PLP. Porém, Tatuí também poderá receber alunas de outros municípios, como aconteceu ano passado.

O curso, que se estende até dezembro, tem currículo mínimo, que já vem pré-determinado com o que deve ser apresentado às mulheres.

Mas, cada cidade também pode introduzir uma realidade, ou, ainda, se as alunas se manifestarem pedindo determinado tema, que não foi abordado ainda, a direção do curso poderá inseri-lo.

Há um planejamento para o ano, mas Heloísa afirmou que, se acontecer um fato, na cidade ou Estado, que mereça discussão, também poderá ser tema das aulas.

“Praticamente, todas as palestras estão fechadas para este ano, que serão as mesmas do ano passado, com ou outro enxerto”, afirmou Heloísa. A aula inaugural será feita pelo Plenu, e a segunda ainda não foi fechada, mas está em negociações.

O curso contará com apresentação de todos os direitos das mulheres, entre os quais: da família, reprodução, integridade física, trabalhistas, entre outros. A saúde bucal, que não estava na grade do ano passado, este ano será abordada.

A representante do PLP pretende aumentar a turma para fazer grandes ações de cidadania, que estão programadas para o segundo semestre.

Conforme Heloísa, todos os representantes dos conselhos do município serão convidados a participar, para ministrar palestras. Em cada aula, serão duas apresentações diferentes, sendo possível, sempre, a abordagem de temas existentes na cidade.

Algumas instituições também serão chamadas a explicar qual é o trabalho efetuado por elas, qual abrangência, periodicidade de encontros e outros assuntos.

Pela parte cultural, serão exibidos filmes, apresentados livros e, quando houver peças de teatro, elas também integrarão a programação.

Ainda haverá a parte prática, pela qual as alunas serão levadas para conhecer as instituições da cidade. Heloísa contou que, ano passado, as participantes do curso foram levadas a asilos, cooperativa de reciclagem, assistiram a uma audiência pública, fizeram “estágio” na Defensoria Pública de Sorocaba e festa para o Recanto do Bom Velhinho.

A representante do PLP disse que, ano passado, a cada lugar em que as mulheres foram, ela procurou fazê-las desenvolver ações “para garantir mais conhecimento e auxiliar as instituições visitadas”.

A assistente social e ex-estudante do curso Kelly Bárbara Moreira Gonçalves, disse que fez o curso pela profissão dela, pois entrou com a intenção de conseguir “promover a cidadania e levar informação às pessoas e ao trabalho”. Este ano, ela vai participar novamente, mas será como voluntária.

A estudante de assistência social Leila Mara Grando Coelho, que também fez parte da primeira turma do PLP, afirmou que gostou muito do curso e aprendeu bastante coisa, mesmo sendo um curso rápido.

“Valeu muito a pena, e, como é só de mulheres, a gente se sente mais à vontade. Fui na ‘curiosidade’ e acabei gostando, conheci muitas coisas relacionadas à minha futura profissão, através do curso”, concluiu.

A intenção de Heloísa é formar mulheres multiplicadoras de opiniões e de informações. “Eu vejo esse curso como um divisor de águas na vida das pessoas, porque, quando você adquire a consciência do seu papel dentro da sociedade, você pode melhorar o lugar que mora”.

“O conhecimento que as ex-alunas tiveram não vai permitir que elas tenham a vida anterior, elas aprendem a se posicionar perante todos. Esse curso é um chamado para essa mudança de postura, tanto na vida doméstica, quanto no trabalho. É a mulher se impondo, porque, até hoje, nós temos diferenças salariais, nós sofremos preconceito e violência”, concluiu Heloísa.

Ela disse que as mulheres só conseguirão uma mudança positiva se houver “imposição por parte delas próprias”.

O nome da turma deste ano, que foi definido pelo Instituto Plenu, será “Pagu”, uma figura reconhecidamente feminina, que lutou pelos direitos das mulheres. O nome será utilizado por todas as cidades que oferecerão o curso.

Heloísa contou que, ano passado, a homenageada era decidida por cada município. O de Tatuí adotou o nome de “Chiquinha Rodrigues”, pois “ela foi pioneira na política, foi prefeita, uma mulher à frente de seu tempo”, definiu.

Para 2014, ela já havia decidido que a homenagem seria a Maria Ruth Luz, que foi professora em Tatuí e compôs o hino da cidade. Conforme Heloísa, “grande” parte dos tatuianos fez aula de música com “dona Ruth”, portanto, ela era e é muito conhecida.

Como o nome já está definido (Pagu), Heloísa disse que está pensando em alguma forma de inserir o nome Ruth Luz em algo do programa.

O curso começará na segunda-feira, mas essa não será a data fixa dele. As alunas que decidirão qual o dia da semana mais apropriado para as aulas. Porém, o horário já está definido, das 19h às 21h.

A turma ainda não está fechada. Até o primeiro dia de curso será possível fazer as inscrições e obter informações pelo telefone: 99824.3336. As vagas também estão abertas para todas as instituições da cidade.

Na aula de segunda-feira, também será possível fazer inscrição, portanto, quem tiver interesse, poderá comparecer a partir de 19h, ao Colégio Objetivo, onde, no período noturno, funciona a Faculdade Asseta, à rua Professor Oracy Gomes, 665.

As aulas deverão ser ministradas, na maioria das vezes, por palestrantes convidados. O curso será gratuito, com uma aula por semana, até dezembro, com recesso de um mês em julho.

Todas as mulheres, com idade superior a 19 anos, poderão participar, não há outras restrições.

Heloísa finalizou agradecendo ao Colégio Objetivo e à Faculdade Asseta, por cederem espaço ao curso.