Crise derruba arrecadação de agasalhos pelo ‘Fundo Social’





O Fundo Social de Solidariedade de Tatuí divulgou, nesta terça-feira, 12, o balanço da Campanha do Agasalho deste ano. Segundo o órgão, foram arrecadadas 50,6 mil peças de roupas e cobertores. O número é 37,53% menor que o do ano passado, quando foram amealhadas 81 mil peças.

De acordo com a presidente do Fundo Social de Solidariedade, a primeira-dama Ana Paula Cury Fiuza Coelho, a diminuição se deve à maior qualidade das roupas doadas. As empresas locais também repassaram menos agasalhos para a ação social em 2016.

A primeira-dama justificou que as famílias estão comprando menos roupas de frio, o que faz com que os vestuários mais velhos continuem sendo usados. O frio intenso registrado neste inverno teve efeito semelhante.

“É um reflexo da crise: menos pessoas se desfizeram das roupas mais velhas. Eu, pelo menos, imagino que tenha a ver com isso”, argumentou.

Apesar de o número deste ano ser menor, o percentual de roupas inservíveis incineradas foi menor. No ano passado, 20% das doações tiveram de ser descartadas e, neste ano, a proporção atingiu 10%. Entre os motivos que fazem os donativos serem jogados fora, estão roupas emboloradas e rasgadas. Os objetos descartados foram incinerados em fornos de cerâmicas locais.

“A cada ano, a população fica mais consciente do trabalho da Campanha do Agasalho e procura doar roupas melhores para que sejam usadas pelas pessoas carentes”, disse.

De acordo com o balanço do Fundo Social, 450 famílias foram beneficiadas com a campanha de arrecadação de roupas e cobertores. Além disso, 16 entidades assistenciais receberam 22 mil peças, em média 1.375 por instituição. A entrega simbólica às associações aconteceu na semana passada.

Apesar de a campanha já ter sido encerrada pelo Fundo Social, a expectativa é de que as doações continuem. Algumas escolas ainda estão arrecadando e o Fundo Social de Solidariedade do Estado deverá enviar um lote de doações a Tatuí.

“O volume que o Estado nos manda é bem grande. Até agora, ainda não recebemos as doações. Eles nos ajudam muito com os cobertores”, declarou.

De acordo com o Fundo Social, o trabalho de separação dos donativos teve a participação de nove pessoas que estão cumprindo penas alternativas de serviços à comunidade. O trabalho, realizado em um mês e meio pela equipe no ano passado, aconteceu em três semanas neste ano.

A campanha em 2016 teve o início adiantado pelo Fundo Social. Ao invés de começar em meados de julho, como no calendário estadual, o município preferiu adiantar a ação para maio, com a finalidade de distribuir as roupas no período mais crítico do inverno.

Além do calendário diferente, as famílias carentes foram priorizadas, enquanto as entidades assistenciais receberam os donativos em um segundo momento.

A doação direta à população carente aconteceu por meio dos Cras (Centro de Referência de Assistência Social) e Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social).

A primeira-dama avaliou a mudança como positiva. Como a campanha começou mais cedo, os grupos de voluntários, como igrejas católicas e evangélicas, escoteiros e motoclube tiveram mais tempo para passarem nos bairros na coleta de peças.

“Isso fizemos também visando a maior dificuldade que a crise nos traria em relação à arrecadação. Como começamos mais cedo, tivemos mais tempo para trabalhar a arrecadação”, contou.