Cidade ganha núcleo que visa música independente





Músicos do município ganharam um apoio além do Conservatório de Tatuí para exibirem os resultados de seus trabalhos. Eles poderão ser incluídos no trabalho de um grupo de estudantes, que visa estimular novos talentos.

Incentivados pelo professor Luis Antonio Galhego Fernandes, alunos do curso de produção fonográfica da Fatec (Faculdade de Tecnologia) “Professor Wilson Roberto Ribeiro de Camargo” integram o “Mind”. Apesar de remeter à palavra “mente” em inglês, a sigla está ligada à “fusão” das palavras música e independente, citadas como chave para o objetivo do grupo.

“O núcleo existe há uma semana, mas começou a receber inscrição de estudantes desde fevereiro, quando começaram as aulas da faculdade”, contou Fernandes.

O professor explicou que a proposta é resultado de uma intensa troca de informações entre ele e membros do Coletivo Pé Vermeio. “Estamos conversando há um bom tempo e, no final do ano passado, decidimos que estava na hora de darmos um apoio maior direcionado para a cultura”, argumentou.

Em Tatuí, o coletivo já assinou a produção de eventos culturais com participação de músicos do chamado circuito alternativo. Ao apoiar o trabalho dele, Fernandes analisou que os estudantes da faculdade poderão ter “um ganho”, em função da oportunidade de colaborar com atividades práticas.

A primeira experiência dos estudantes aconteceu neste mês, quando o grupo do curso conversou com uma musicista. Fernandes contou que os alunos receberam uma cantora e compositora da cidade de Franca, com experiência internacional. “Ela veio fazer um bate-papo sobre a questão da carreira, a produção musical e como é o cenário da música independente”, descreveu.

Participam do núcleo alunos de todos os semestres de produção fonográfica. Segundo o professor, essa “mistura” potencializa a possibilidade de amadurecimento entre os discentes. “Os alunos dos últimos semestres assumem mais responsabilidades; os dos primeiros, aprendem a caminhar”, afirmou.

A proposta do núcleo é permitir que os integrantes atuem em todas as funções da profissão. Eles têm a liberdade para pesquisar desde novos autores de música (compositores), instrumentistas e arranjadores, a sistema de gravação.

Os alunos estão divididos em três áreas: produção executiva, som e comunicação e marketing. Na primeira, os integrantes ficam encarregados de realizar contatos com músicos e bandas independentes. Também se responsabilizam por estabelecer uma linha de conversa com o poder público e possíveis patrocinadores.

Uma vez feito isso, os contatos são repassados para a equipe de som. Esta segunda vai definir como será a estrutura do evento (apresentação musical) e repertório. A finalização fica com a equipe de marketing, responsável pela montagem da arte e de materiais de divulgação a serem usados para a captação de recursos.

O grupo deverá colocar tudo isso em prática nos próximos meses. “A prova de fogo será ‘O Grito Rock’, realizado pelo coletivo”, disse Fernandes. Conforme ele, neste ano, o evento com data ainda a ser definida terá apoio do Mind.

A proposta da edição 2017 é de que o evento tenha temática feminina. Tanto que as bandas confirmadas – mas que não tiveram os nomes divulgados até o momento – sejam formadas por mulheres ou tenham musicistas em sua formação. Para o evento, a organização está em busca de patrocínios.