CEU será gerenciado por meio de parceria





David Bonis

Parte civil está praticamente pronta; à esquerda da imagem, futura biblioteca, à direita playground e pista de skate

 

Prestes a ser oficialmente inaugurado, o CEU (Centro de Artes e Esportes Unificados), localizado à rua Cândido José Oliveira, será administrado por meio de parceria entre a Prefeitura e representantes da comunidade.

A determinação é do Ministério da Cultura, responsável pelo aporte financeiro de R$ 2,020 milhões, usados para construir o equipamento. A obra faz parte do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento).

De acordo com a estrutura do programa CEU, criado pela pasta, a gestão do equipamento deve obedecer a determinadas regras, como a criação de um grupo de gestores tripartite.

Esse conjunto deve ser composto por um terço da sociedade civil (moradores ou líderes de bairros próximos ao equipamento), de associações civis organizadas (como ONGs e sindicatos) e pelo poder público.

O Ministério da Cultura disponibiliza uma verba de R$ 21.950 para a elaboração do grupo gestor e a implantação de outras ações ligadas ao comitê de administração.

Essa quantia deve ser usada, entre outras coisas, para realizar as reuniões com os futuros representantes do CEU no município que aderiu ao programa.

Em Tatuí, três secretarias representam a parte que corresponde à Prefeitura: a Secretaria de Esportes, Lazer e Juventude, o Departamento de Bem-Estar Social e Cidadania e o Departamento de Cultura e Desenvolvimento Turístico.

De acordo com o diretor do Departamento de Cultura e Desenvolvimento Turístico, Jorge Rizek, a Prefeitura distribuiu convites para diversos setores da sociedade, chamando-os a participar da administração do equipamento.

Na quarta-feira, 19, houve reunião para votar a composição do comitê gestor. Com o resultado, 12 pessoas comporão o grupo. Metade representa os bairros próximos ao CEU, como a vila Menezes, o Santa Rita e outros.

De acordo com a administradora do CEU, Priscila Simões, os integrantes são: Jeferson Aparecido Mendes Carrachi, Gislaine da Costa, José Ricardo de Lemos, Jenyffer Valquíria Lisboa Coelho, Ana Paula Maciel Zilinskas e Vinicius Rodrigues de Melo.

Além disso, seis entidades organizadas indicaram, cada uma delas, um nome para compor a administração do equipamento. Ainda segundo Priscila, entre os grupos organizados, estão: o Sesi (Serviço Social da Indústria), a Sociedade Cultural e Esportiva do Santa Rita, o Sindicato dos Metalúrgicos, o Grupo Amor Exigente, o Lar São Vicente de Paula e a Casa de Apoio ao Irmão de Rua.

À reportagem, Rizek disse que está “superentusiasmado” com a proposta de compartilhamento de gestão de um equipamento público com a sociedade civil.

“A comunidade está participando desse período de pré-gestão e vai participar da gestão quando tudo estiver pronto. Eles irão participar de tudo, vão nos sugerir ações culturais e esportivas para realizarmos aqui. Vai ser muito interessante”, argumentou.

O CEU ainda não está finalizado. Por isso, não há data determinada para a inauguração. Conforme Priscila, a Prefeitura precisa respeitar a uma série de determinações do Ministério da Cultura antes de inaugurar o local.

As primeiras etapas foram as reuniões com a comunidade e a realização de atividades em parceria com a sociedade civil. Uma delas já ocorreu, no dia 10 de novembro. Cerca de 230 alunos da rede pública foram ao CEU para plantar mudas de árvores e plantas.

A última fase está prevista para este sábado, 29, entre 14h e 18h, quando deve haver uma “mobilização cultural”. De acordo com o cronograma, ocorre contação de histórias, ações de hip hop e grafite. Conforme Rizek, grafiteiros vão pintar a pista de skate que há no local.

“É uma forma de deixarem a marca deles. Essa é a proposta do CEU. É a comunidade ter sua marca no equipamento, porque ela vai ajudar a administrar e a cuidar da conservação desse centro, que é maravilhoso”, afirmou.

O objetivo do programa do governo federal é incentivar a construção de espaços que mesclem atividades esportivas e culturais.

Há três modelos que o Ministério da Cultura financia. Um de tamanho pequeno (700 metros quadrados), outro de porte médio (3.000 metros quadrados) e, por fim, um terceiro, considerado grande (7.000 metros quadrados).

Ao governo federal compete o repasse da verba. Já a contrapartida inicial dos municípios é cederem um local para a construção do equipamento. Algumas cidades auxiliam, inclusive, com uma contrapartida financeira para a construção do equipamento.

De acordo com o sistema que acompanha as obras dos CEUs de todo o Brasil, disponibilizado pelo Ministério da Cultura, 73 municípios do Estado de São Paulo aderiram ao projeto. Poucos estão completamente prontos.

A maioria está em andamento. Um deles é o de Tatuí. O centro local é de porte médio (3.000 metros quadrados). A estrutura física e civil está praticamente finalizada.

Será dotado de uma quadra poliesportiva, um teatro, um telecentro, uma pista de skate, playground, área de exercícios, biblioteca, espaço para exposições culturais, sanitários e local para o Cras (Centro de Referência de Assistência Social).

Na área esportiva, a quadra coberta está praticamente pronta. Falta, no entanto, a colocação dos gols e das cestas de basquete. Pronta, a pista de skate já está sendo usada, mesmo antes da inauguração oficial.

A ideia é inserir um espaço com equipamentos de ginástica ao ar livre e a construção de uma pista para corridas e caminhadas em volta do CEU. De acordo com Priscila, algumas pessoas já utilizam o local para exercícios. Pronta, a pista deve ter 170 metros.

Na quinta-feira, 27, havia uma empresa instalando o aparelho de ar-condicionado no teatro, que terá capacidade para abrigar 60 lugares. O local também poderá ser usado como cinema, pois possuirá equipamento de projeção. As cadeiras já estão lá, ainda protegidas com plástico.

O telecentro será dotado de 16 computadores, com internet. Além disso, a promessa da administração do CEU é inserir rede sem fio em toda a praça.

Há três sanitários. Um deles, adaptado para pessoas com deficiência. Em princípio, a Prefeitura conta com 2.000 livros para inserir na biblioteca.

Em relação ao Cras, a unidade do Santa Rita, localizado à rua Arthur Eugênio dos Santos, 115, vai ser redirecionada para um espaço já pronto no CEU, de acordo com Rizek.

Porém, ainda não há data oficial para que essa estrutura seja inaugurada. Mas, conforme ele, já há um modelo de cronograma pré-estabelecido para a inauguração. A ideia é realizar uma exposição com trabalhos do fotógrafo Victor Hugo, pois o “cineteatro” do local recebe o nome do artista.

Rizek diz que projeta, também, uma exposição interativa de fotografias, à qual o público que visitar o CEU no dia da inauguração poderá tirar fotos para que, em seguida, as imagens sejam reveladas e expostas.

“Na biblioteca, vamos ter contação de história, leitura dramática. Vamos ter oficinas de teatro e dança. Na área esportiva, campeonato de skate e outros torneios no decorrer do dia”, antecipou.

Ainda conforme ele, a ideia é fazer uma cerimônia de inauguração oficial entre às 10h e 11h. Após esse horário, começariam as atividades, que findariam às 18h. O objetivo de Rizek é trazer um representante do Ministério da Cultura para acompanhar o processo.

A partir da inauguração, o CEU deve funcionar das 8h às 22h, “quase que diariamente”. As exposições culturais não serão as mesmas do Centro Cultural e do Museu “Paulo Setúbal”. “Serão sempre com outro foco, voltadas à comunidade”, antecipou.

Na área esportiva, já está definido que haverá aulas de capoeira no local.

Todos os munícipes poderão usar a estrutura do equipamento. Para tal, a ideia é criar uma agenda para que os interessados marquem horário.