Big Band e o Grupo de Choro do CDMCC tocam Pixinguinha

Grupo de Choro se une à Big Band para evento especial e que acontece no Procópio Ferreira (foto: AI Conservatório)

Big Band e Grupo de Choro do Conservatório de Tatuí se unem neste mês em dois concertos especiais com o tema “Viva Pixinguinha”. No repertório, arranjos originais do homenageado, considerado um dos maiores compositores da música brasileira. As apresentações estão programadas para esta segunda, 18, e terça-feira, 19, a partir das 10h, no teatro “Procópio Ferreira”.

O compositor, instrumentista, arranjador e maestro Alfredo da Rocha Vianna Filho, o Pixinguinha, nasceu no bairro da Piedade, no Rio de Janeiro, em 23 de abril de 1897. Filho de Alfredo da Rocha Vianna e Raimunda Maria da Conceição, ele tornou-se gênio incontestável da música brasileira.

Sabe-se que o pai dele, funcionário dos Correios, era também flautista amador. Ele promovia reuniões musicais em casa, às quais compareciam renomados chorões da época.

O então menino teria recebido da avó africana – ou de uma prima chamada Eurídice o apelido – Pizindim (cujo significado seria “menino bom”). Há quem acredite que o nome Pixinguinha seja derivado da mistura desse apelido com “Bexiguinha”, pois, quando criança, teve a face marcada pela varíola, doença chamada popularmente de bexiga.

O coordenador da Big Band do Conservatório de Tatuí, Celso Veagnoli, conta que o arquivo pessoal de Pixinguinha está sob a guarda do Instituto Moreira Salles desde 2000 – resultado de acordo firmado com a família do músico.

O acervo traz documentos pessoais, medalhas, troféus, recortes de jornal, fotos, roupas, gravações realizadas por seu filho Alfredo da Rocha Vianna Neto. Ele é composto, também, pela flauta utilizada pelo músico durante muitos anos.

De todo o acervo, destaca-se um lote de aproximadamente mil conjuntos de partituras com arranjos feitos por ele. Digitalizadas e catalogadas, essas partituras têm sido estudadas por diversos músicos renomados. Acredita-se que essas pesquisas podem revelar novas facetas do autor.

Segundo a biografia do compositor, em 1946, o radialista Almirante levou Pixinguinha para a Rádio Tupi, quando produziram um programa que marcaria a carreira de ambos: “O Pessoal da Velha Guarda”. Almirante era redator e apresentador da atração, enquanto Pixinguinha criava os arranjos musicais.

Alguns destes arranjos, transmitidos ao vivo no programa entre janeiro de 1947 e março de 1952, foram selecionados para o repertório dos dois concertos da Big Band e do Grupo de Choro do Conservatório de Tatuí. São eles:  “Assim é que é”, “Concerto de Bateria”, “Cabeça de Porco”, “Conversa Fiada”, “Gaúcho”, “Flor do Abacate”, “Água do Vintém”, “Ferramenta”, “Vou andando” e “Subindo ao Céu”.