Banda do Bonde inicia ‘bateria’ de ensaios e programa desfile com 700





Arquivo O Progresso

Bonde comandado por Jaime Pinheiro volta a abrir passagem para grupo em desfile pelas ruas neste ano

 

Surdos, caixas de guerra, repiques, chocalhos, tamborins, cuícas, agogôs, pandeiros, reco-recos e pratos. Os instrumentos que integram baterias de escolas de samba estarão mais presentes até o dia 17 de fevereiro na rotina dos componentes da Banda do Bonde. Já tradicional no município, o grupo iniciou a bateria de ensaios na noite de sexta-feira, 16, na Associação Atlética XI de Agosto.

Os encontros dos músicos e dos foliões que fazem parte da Banda do Bonde acontecerão duas vezes por semana até o Carnaval. Ao todo, serão nove encontros, com horários distintos.

Nas sextas-feiras, os componentes realizarão ensaio a partir das 20h e, nas terças, às 17h. “Os abertos ao público são somente na sexta-feira”, explicou Sérgio Oliveira, o Lagartixa. O “maestro” da banda comanda neste ano, aproximadamente, cem componentes que desfilarão pelas ruas de Tatuí na bateria.

Os demais 600 são foliões identificados e que se distinguem da multidão que participará do Carnaval pelo uniforme. Desde seu início, a Banda do Bonde utiliza abadá com dois objetivos: o primeiro de organização e o segundo, para garantir a segurança de quem a acompanha. Daí, o grupo privilegiar a participação de famílias inteiras e de grupos de amigos, ou indicados.

Outra característica da banda é, justamente, o “veículo” que dá nome ao grupo. Criado e produzido pelo artista plástico, cenógrafo e professor do Conservatório de Tatuí, Jaime Pinheiro, o bonde é símbolo dos foliões e de organização.

Pinheiro comanda o “abre alas” desde o surgimento do grupo. A banda se juntou ao bonde, ou vice-versa, a partir de encontros dos fundadores no XI de Agosto. O clube tornou-se, então, a “casa dos músicos e foliões”, incluindo o grupo como uma de suas atrações mais que esperadas para o Carnaval.

Por esse motivo, os ensaios pré-carnavalescos são todos realizados na sede agostina e os sócios (que possuem abadá) não pagam para acompanhá-los. Já os sem uniforme precisam contribuir com taxa para participar do “esquenta”.

O valor deve ser verificado com a secretaria do clube, por meio do telefone 3251-8500. O acesso se dá pela rua Professor Oracy Gomes, 598, na vila Primavera.

A programação de ensaios prevê que eles aconteçam nos dias 20, 23, 27 e 30 de janeiro, 3, 6, 10 e 13 de fevereiro. O grupo desfilará pelas ruas do município – como faz, tradicionalmente – nos dias 15 e 17 de fevereiro, domingo e terça-feira de Carnaval, respectivamente.

A passagem é realizada pelas principais vias da cidade, incluindo trechos como a rua do Cruzeiro e 11 de Agosto. No dia 15, a Banda do Bonde fará animação a partir das 20h e, no dia 17, às 17h. A saída e chegada é o XI de Agosto.

Para participar, os foliões precisam ser indicados por um dos sócios do clube e que integre a banda. O convidado também precisa adquirir uma camiseta. O valor do item também deve ser conferido na secretaria do XI de Agosto.

Como em 2014, o grupo pretende reunir 700 pessoas para os ensaios e os desfiles de Carnaval de rua. Destes, cem integram a bateria; os demais, participam com abadá. Os convidados representam 30% dos componentes do grupo.

Este será o 12º ano de atividades da Banda do Bonde. Apesar de ter sido fundada em 2002, ela não participou da folia do Carnaval tatuiano por dois anos.

História

A vontade de participar do Carnaval e o gosto pelas artes fizeram Lagartixa e Jaime Pinheiro juntarem forças. O primeiro tinha vontade de montar uma banda; o segundo, de fazer um bonde. “Daí, nós nos unimos e criamos a Banda do Bonde”, disse Pinheiro.

A história dos amigos, que ganharam novos amigos completou mais de uma década. De 27 membros no ano em que foi criado, o grupo passou para 700.

A Banda do Bonde, ou Bonde da Banda, como muitos chamam (até mesmo os fundadores se confundem quando têm de falar a respeito do nome do grupo), iniciou as atividades no Conservatório. Isso porque, a bateria é formada por músicos e pessoas ligadas ao setor de artes cênicas da maior escola de música da América Latina. O bondinho confeccionado por Pinheiro e que originou o nome do grupo saía, nos primeiros anos, do prédio do CDMCC.

Era lá, também, que aconteciam os ensaios para o que Pinheiro chama de “arrastão”. A união de músicos, atores, diretores, entre outros, só acrescentou à Banda do Bonde que ganhou, ao longo dos anos, uniformização.

O símbolo do grupo, o bondinho, ajudou os foliões a criarem uma identidade. Até 2005, a banda utilizava o Conservatório para se encontrar, fazer ensaios e planejar um “passeio” pelas ruas do município. No ano seguinte, a convite da Associação Atlética XI de Agosto, os integrantes da Banda do Bonde começaram a adotar o clube como nova casa, e por lá permaneceram.

Ao longo dos anos, o trajeto percorrido pelos músicos e foliões aumentou. Costumeiramente, a Banda do Bonde sai pela rua Professor Oracy Gomes, passa pela Coronel Aureliano de Camargo, Prudente de Moraes, Cônego Demétrio, Santa Cruz, Maneco Pereira, avenida Salles Gomes e rua São Bento.

O trajeto “um pouco maior” que o dos primeiros anos tem a ver com a intenção do grupo. A Banda do Bonde quer manter o número de integrantes em 700. Por outro lado, não quer perder o estilo, o de priorizar a diversão de seus componentes.

Por esta razão é que o grupo não participa de concursos. Desta forma, a banda mantém-se como um grupo formado por amigos e amigos de amigos.

A ideia da Banda do Bonde é trazer o público para dentro do grupo, fazendo-o participar da folia, interagindo ao mesmo tempo em que seus membros se divertem.