Anel viário





Raras são as ocasiões em que há unanimidade quanto ao interesse público, e menos ainda quando esse interesse perpassa pela política. O projeto do anel viário em torno de Tatuí configura-se num desses poucos consensos.

Em que pese à paternidade do projeto e às etapas de conclusões – facultadas a administrações municipais distintas -, todos concordam – e esperam – que o dispositivo resulte em diversos benefícios ao município.

O anel viário “Guaraci de Oliveira” passa a ser liberado ao tráfego neste sábado, 15. Antes segunda-feira, 10, ocorreu a cerimônia de inauguração oficial (reportagem nesta edição).

O trecho inicial agora em uso pode ser utilizado por motoristas de três diferentes vias – duas rodovias e uma estrada municipal.

Ele corresponde à finalização da primeira etapa do anel viário, um trecho de 2,8 quilômetros que interliga as rodovias Antônio Romano Schincariol (SP-127) e Gladys Bernardes Minhoto (SP-129) à estrada municipal Moisés Martins, conexão de Tatuí ao distrito de Americana.

As obras foram iniciadas em 2011 e paralisadas em maio de 2012. A retomada ocorreu 16 meses depois. O principal benefício consiste na possibilidade de desvio de caminhões da área central da cidade e da marginal do ribeirão Manduca.

A expectativa da administração municipal é de melhorar o fluxo de trânsito e preservar a malha viária. Junto a isso, o anel é tido como fundamental para o desenvolvimento industrial e econômico da cidade.

O dispositivo também deve ocasionar mudanças legais e estruturais. Uma delas é a alteração da lei de zoneamento da região; outra, seria a construção de uma nova avenida, que daria acesso ao Jardim Paulista.

“A Prefeitura fará desapropriações e abrirá uma entrada para a cidade, através de perimetral”, anunciou o prefeito. Conforme ele, a via será arborizada, com canteiro central e equipada com ciclovia, implantada a partir de apoio da iniciativa privada.

As obras de acesso na região, como a segunda etapa de construção do anel viário e a nova avenida, devem garantir o aumento do fluxo de pessoas (e potenciais consumidores), conforme observado na inauguração.

O prefeito anunciou, ainda, outras obras de infraestrutura. Uma delas, a revitalização da avenida Pompeo Reali, a ser planejada a partir da liberação do anel viário e restrição do tráfego de carretas e caminhões.

Outra obra anunciada trata-se de um novo acesso à SP-127, condicionada à inauguração da empresa Noma. “(Ela) irá investir R$ 75 milhões até o final de 2016. Serão gerados quase mil novos empregos. Estamos reivindicando, e já tivemos a promessa do governador (Geraldo Alckmin) da construção do trevo em frente ao fórum local, ligando a Benedito Faustino da Rosa e Fragas”, afirmou o prefeito.

Manu citou, como “exemplo de que a cidade está na contramão da crise”, a futura inauguração de uma nova unidade da Coop na área central, após a restauração do antigo prédio da fábrica Santa Cruz.

“A Coop investiu R$ 20 milhões na restauração do prédio e irá gerar 200 novos empregos. Aquele local será um novo cartão postal da cidade, um centro turístico expandido”, disse, sobre a inauguração do empreendimento, anunciada para este ano.

O deputado Edson Giriboni, por sua vez, citou que a SP-129, na junção da estrada Tatuí-Boituva, deverá ser duplicada. O projeto estaria em fase de aprovação.

Outro ponto evidenciado na inauguração foi a instalação de um shopping na cidade, apontado como um “grande investimento”. Para tanto, haveria necessidade de revisão da lei de zoneamento.

Por essa razão, o prefeito aproveitou para apelar aos vereadores, pedindo celeridade na aprovação das mudanças e, ainda, indicando que a cidade poderia perder o empreendimento, caso ocorresse demora no processo.

Por qualquer caminho que siga o anel viário e as demais novidades, o destino aponta para a feliz unanimidade. A questão é quanto ao percurso, se será mais, ou menos, tortuoso.

Que a campanha eleitoral de 2016, cuja largada também já foi dada, não se coloque como causadora de obstáculos em demasia.