Alunos de dez escolas públicas aprendem a cultivar alimentos





AC Prefeitura / Evandro Ananias

Os alunos que participam do projeto Horta Comunitária podem levar os alimentos colhidos para casa

 

Alunos do ensino fundamental de escolas da rede municipal, tanto de bairros urbanos quanto rurais, estão aprendendo técnicas de cultivo de alimentos em hortas comunitárias das próprias Emefs.

O projeto teve início na “Mauro Antônio Mendes Fiusa”, no residencial Astória, e já foi levado para outras nove escolas: “Tomás Borges”, “Magaly Azambuja de Toledo”, “Maria da Conceição Oliveira Marcondes”, “Teresinha Vieira de Camargo Barros”, “Eunice Pereira de Camargo”, “José Galvão Sobrinho”, “Maria Helena Machado”, “Accácio Vieira de Camargo” e “Ligia Vieira de Camargo Del Fiol”.

O “Horta Comunitária” é desenvolvido por parceria entre a Secretaria de Educação, Cultura e Turismo, o Fundo Social de Solidariedade e a Secretaria de Infraestrutura, Meio Ambiente e Agricultura.

O principal objetivo dele é incentivar as crianças a plantarem e a cultivarem os próprios alimentos, a partir de conceitos como preservação ambiental, interação com o meio ambiente e alimentação saudável.

De acordo com Adriana Rosa, que atua no Fundo Social, em 2012, o município recebeu um kit do governo do Estado para que uma horta fosse criada em alguma escola, como parte do projeto “Horta Educativa”, desenvolvido pela primeira-dama de São Paulo, Maria Lúcia Ribeiro Alckmin, a Lu Alckmin.

“Essa iniciativa era para ser desenvolvida somente durante seis meses e, assim que a Ana Paula (Cury Fiuza Coelho) assumiu o Fundo de Tatuí, eu comentei sobre o que já havíamos realizado no ano anterior. Ela gostou muito e quis dar continuidade, e com o desejo de levar para diversas escolas da rede”, explica Adriana.

O Fundo Social deu início ao projeto na Emef “Mauro Antônio Mendes Fiusa”, no residencial Astória. Lá, um funcionário do Fundo é o “cuidador” da horta e os professores entram com a parte didática.

Adriana relata que os alunos aprendem a plantar, cultivar e colher, e, depois, ainda levam para casa todos os alimentos que são produzidos por eles mesmos. Ela ressalta que o retorno dos pais já tem sido positivo.

“Eles comentam que as crianças aprenderam a comer verduras depois que começaram a desenvolver os trabalhos na horta. Como ajudam a cultivar, elas dão mais importância para os alimentos”.

Adriana destaca que o sucesso da horta comunitária da escola ‘Mauro’ fez com que a Secretaria de Educação resolvesse levar o projeto para outras nove unidades de ensino da rede municipal.

A secretária da Educação, Cultura e Turismo, Ângela Sartori, reforça que o “Horta Comunitária” faz parte do planejamento educacional dessas escolas, normalmente das unidades que desenvolvem o programa Mais Educação, o qual prevê diversas atividades no contraturno das aulas.

Os alunos participantes do projeto têm aulas práticas na horta durante o horário contrário ao que frequentam as aulas. Ou seja, as crianças aprendem na sala de aula toda a parte teórica sobre meio ambiente e, depois, colocam os conceitos em prática.

“A partir do momento em que eles dão início à horta, eles são os responsáveis por ela. E os alunos amam, pois vivenciar de perto é muito diferente de ver o professor lá na lousa, explicando como é feito o plantio, a colheita e os cuidados necessários para a planta crescer”, conta a secretária.

Ela destaca que os alunos ficam muito alegres e dispostos para desenvolverem as atividades na horta comunitária. “Aulas práticas são mais fáceis de assimilar e bem mais atrativas para os alunos. E eles acabam sendo os multiplicadores dessa cultura, levando para os pais e os próprios colegas de escola”, destaca Ângela.

Para a secretária, o projeto Horta Comunitária abre leque para que diversos assuntos sejam tratados com os alunos do ensino fundamental.

“Não se fala apenas do cultivo de alimentos, mas também é possível abordar conceitos como a reciclagem”. Para Ângela, os trabalhos manuais na horta podem ajudar no aprendizado dentro da sala de aula, pois algumas habilidades que estavam escondidas acabam se sobressaindo.

A secretária reforça que até as escolas que não possuem um espaço adequado, com terra, para fazer uma horta estão improvisando para poderem levar esse tipo de conhecimento aos alunos. “Tem uma escola que está plantando em pneus, e a ideia é muito interessante”, conta.

A presidente do Fundo Social, a primeira-dama Ana Paula, lembra que o projeto Horta Comunitária tem papel fundamental no que diz respeito à alimentação saudável dos alunos.

“Hoje em dia, comemos muita comida industrializada, tudo já vem pronto e poucas famílias têm o hábito de comer salada. Então, como mãe, me preocupo com essa questão alimentar, principalmente por vermos tantos casos de obesidade infantil”.

Na opinião de Ana Paula, o projeto pode ajudar a formar adultos mais saudáveis. “Por estar envolvida na produção, ter plantado, cultivado e colhido, a criança passa a ter mais interesse e a comer mais verduras”.

Nas hortas comunitárias, os alunos cultivam vários tipos de hortaliças, como alface, couve, cenoura, beterraba, ervas para tempero, como cebolinha, entre outros vegetais.

Todas as sementes e mudas são doadas pelo Departamento de Agricultura, vinculado à Secretaria de Infraestrutura, Meio Ambiente e Agricultura, assim como todo o apoio técnico também é de responsabilidade desse departamento.

“Disponibilizamos um profissional para visitar todas as hortas, preparar a terra e dar todo o suporte necessário para que as crianças possam produzir seus próprios alimentos”, explica o diretor do departamento, Marcelo Ribeiro de Almeida.

Para ele, desenvolver um projeto como o Horta Comunitária é fundamental para passar aos alunos conhecimentos que muitos não possuem.

“Tem criança que não sabe como são produzidos os alimentos, não sabe de onde eles vêm, nem que era uma semente que cresceu e virou uma verdura, por exemplo. Por isso, é muito importante mostrarmos isso para elas”, destaca.

Além das dez escolas municipais, algumas entidades, como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Tatuí (Apae), já possuem horta comunitária. E, de acordo com Almeida, o Departamento de Agricultura está à disposição das instituições que desejarem fazer uma horta.

“As entidades podem nos procurar, que vamos avaliar o local e o objetivo da horta, e, caso seja aprovada, daremos todo o apoio técnico para elas. Além disso, os cidadãos que têm horta em casa podem nos procurar para tirar dúvidas ou pedir dicas”, frisa Almeida.

Os que tiverem interesse em criar horta comunitária em instituições assistenciais, ou que possuem horta em casa e precisam de ajuda, podem entrar em contato com o departamento pelo telefone 3305-4385.