Em menos de 48 horas, a Polícia Militar deteve cinco pessoas por tráfico de entorpecentes e apreendeu um menor de idade, suspeito de cometer dois assaltos. Os flagrantes ocorreram entre os dias 5 e 6, e são resultados da atuação do “serviço de inteligência”.
Na avaliação do comandante da 2ª Companhia da PM, capitão Kleber Vieira Pinto, os casos demonstram “proatividade”, em especial por conta do trabalho que resultou na apreensão do adolescente, de 17 anos, e no esclarecimento de dois crimes. Trata-se de roubos a uma esfirraria e uma pizzaria.
No dia 5, a PM prendeu duas pessoas por tráfico de entorpecentes, no Parque San Raphael. João Felipe Lopes da Silva e Michael Jean Maschietto de Oliveira, ambos de 18 anos, teriam sido detidos em flagrante com pinos de cocaína.
“Nós já tínhamos informações de que eles estariam vendendo drogas no bairro e, no dia 5, mandamos uma equipe para fazer observações e diligências”, disse Kleber.
Ao chegar ao bairro, os PMs mantiveram distância dos suspeitos para verificar se havia algum movimento suspeito. Passado algum tempo, a equipe abordou Silva e Oliveira. Com eles, apreenderam dois celulares e pinos de cocaína. Também encontraram vários “chips” de telefonia móvel e dinheiro.
Conforme o capitão, a dupla venderia cocaína em um terreno baldio e teria escolhido o local por uma “questão de estratégia”. “Ele fica em um ponto escuro de uma das vias do bairro e próximo à passagem de veículos, com intensa movimentação”, disse. O terreno fica a 50 metros de uma creche municipal.
Ainda por conta do trabalho do serviço de inteligência, a corporação deteve outras três pessoas na segunda-feira. De acordo com o capitão, a PM chegou ao paradeiro de dois homens e uma mulher ao averiguar denúncias de tráfico.
O crime estaria ocorrendo na rua Michel Nicolau Adum, no Jardim Thomaz Guedes. “Nós tínhamos várias informações sobre venda de drogas lá, mas o que mais nos chamou a atenção foi a idade de uma das pessoas detidas. A mulher envolvida na ocorrência tem 61 anos de idade”, disse o capitão.
Kleber informou que a equipe deteve a mulher em flagrante. Mãe de um dos envolvidos e namorada de outro, Maria Penha da Conceição teria escondido um tijolo de maconha no vestido. Os PMs informaram que encontraram o entorpecente no momento em que pediram para que ela se levantasse de uma cadeira.
“O tijolo caiu quando ela ficou em pé. Depois, ela confessou que estava guardando a droga para o namorado”, destacou o capitão. Segundo ele, o homem identificado como namorado da dona de casa, Ricardo Silva Alexandre, de 24 anos, teria confessado a posse, confirmando a versão da detida.
O filho da mulher, Cristiano Francisco Conceição dos Santos, de 28 anos (quatro anos mais velho que o suposto namorado da acusada), também estaria com entorpecentes. No local em que ele e as outras duas pessoas foram abordadas, a equipe de militares localizou cem gramas de maconha.
A PM informou que intensificou o patrulhamento e as fiscalizações no bairro depois de ter recebido várias denúncias. As informações são, na maioria, sobre venda de entorpecentes. No final do ano passado, entre o Natal e o Ano Novo, a corporação apreendeu um revólver no bairro Thomaz Guedes.
Ainda no dia 6, o serviço de inteligência da PM esclareceu dois assaltos. Eles teriam sido praticados por um adolescente, reconhecido pelos proprietários dos estabelecimentos comerciais vitimados, mas liberado após registro de ocorrência.
De acordo com o capitão, a ocorrência teve início com um “acompanhamento” (como são chamadas as perseguições feitas pela Polícia Militar) que começou na área central da cidade.
Kleber explicou que a corporação havia recebido informações de que vários roubos em Tatuí haviam sido cometidos por pessoas que ocupavam uma moto Titan vermelha.
Em função disso, a equipe intensificou as fiscalizações em operações e blitzes. Na noite de segunda-feira, uma viatura tentou abordar o motorista de uma moto vermelha, que não parou para a fiscalização.
Conforme o comandante da 2ª Cia., o condutor teria furado a blitz, sendo acompanhado por viaturas até a avenida Zilah de Aquino, no bairro Valinho. Ele dirigia uma Honda 125cc, do mesmo modelo usado nos crimes.
Durante a abordagem, os PMs descobriram que o motorista era menor de idade. Verificaram, ainda, que o veículo, ano 1998, estava sem placa e com a numeração do chassi raspada. “Nós constatamos, posteriormente, que a moto havia sido produto de roubo, aqui em Tatuí mesmo”, destacou o capitão.
A moto teria sido roubada de uma pizzaria, na ocasião em que os acusados encomendaram uma pizza e assaltaram o entregador. “Assim que constatamos que o menor estava envolvido, nós entramos em contato com as vítimas (da pizzaria e da esfirraria), que fizeram reconhecimento”.
Para o capitão, a identificação do suspeito é considerada “fato positivo, ainda que o menor não tenha sido apreendido e encaminhado para a Fundação Casa”.
“É uma pena que ele não tenha ficado sob custódia da Justiça, mas nós fazemos o nosso trabalho no intuito de diminuir os indicadores de crime”, falou.
Kleber afirmou que a Polícia Militar tem “dado resposta aos crimes que vêm ocorrendo na cidade”.
“Nós contamos como ponto positivo a identificação de crimes como os cometidos pelo menor. Se ele ficasse recolhido, no nosso entendimento, os casos poderiam diminuir em Tatuí”, argumentou.
Mais uma prisão
Ainda na segunda, a PM prendeu mais uma pessoa. A acusação é de furto a um dos vagões de composição pertencente à ALL (América Latina Logística). O crime teria ocorrido próximo ao Jardim Rosa Garcia 2, no trecho em que o trem com carga reduz a velocidade em função de transposição de vias.
O saque ocorreu por volta das 12h, resultando no furto de seis fardos de arroz, com seis sacos de cinco quilos cada.
Em patrulhamento pela região, os PMs apuraram que os fardos haviam sido levados para a residência de um dos moradores. Eles os localizaram na casa de Jean Oliveira Garcia, de 28 anos.
A PM devolveu os fardos à empresa e registrou o crime no plantão policial. Para o capitão, Garcia teria tido a ajuda de outras pessoas para transportar os fardos. A suspeita é de que haviam sido levados para o imóvel apenas para serem guardados e que, posteriormente, seriam divididos.
Ainda conforme o oficial, esse tipo de crime corresponde à minoria dos atendimentos prestados pela corporação em Tatuí. A média é de dez atendimentos em turno de 12 horas, entre as ocorrências criminais, assistenciais e as que “não têm desfecho nenhum” – resolvidas no próprio local do chamado.
“Nós atendemos vários segmentos, mas as criminais não são a maioria dos nossos atendimentos”, relevou o capitão. Segundo ele, os chamados mais comuns são de casos de acidentes de trânsito com ou sem vítima, averiguações de pessoas suspeitas e constatações de perturbações ao sossego.
“Nossas ocorrências criminais são menores porque são repressivas. Como o policial trabalha fardado, fica mais difícil fazer um flagrante, mas é preciso enaltecer o trabalho da PM em Tatuí, que está sendo proativo”, concluiu o comandante.
